Foi no Edifício Gaetano Segreto, na Rua Pedro I, n° 7, no Centro do Rio, que Francisca Edviges Neves Gonzaga, mais conhecida como Chiquinha Gonzaga, passou seus últimos anos de vida. Chiquinha faleceu no dia 28 de fevereiro de 1935, com 87 anos, no apartamento 407 desse edifício.
Ela foi a maior compositora, maestrina e instrumentista do seu tempo. Foi também autora da primeira marcha carnavalesca com letra (“Ô Abre Alas”) e a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil.
O Edifício Gaetano Segreto foi construído por Adolpho Lopez e projetado no estilo “art déco” por Ricardo Wriedt, o mesmo do Edifício Natal, na Cinelândia. Inaugurado em 1928 com 10 andares, 9 lojas e 56 apartamentos; destes, hoje, 34 são residenciais. Chiquinha Gonzaga morava na coluna 7, numa unidade de 95 m2 com dois dormitórios, duas salas, banheiro, copa e cozinha. A vista das janelas do quarto principal e a do banheiro dela davam para a Praça Tiradentes. Um apartamento da mesma coluna do da Chiquinha, só que no sexto andar, está à venda por R$ 450 mil.
No mesmo prédio, funcionou, até 1982, o Cine Marrocos, com 700 lugares. Inaugurado como Cinema Moderno, foi transformado em Marrocos na década de 1950. A linda bilheteria do antigo cinema está até hoje no amplo hall. Os pisos de todos os andares, assim como a maioria das portas, são originais. No portão de entrada, estão as iniciais de Gaetano Segreto. Os três elevadores foram modernizados, mas muitos detalhes continuam como há quase um século.
Essa e mais 34 histórias estarão no livro “Rio-Casas & Prédios Antigos” (volume 3), que será lançado até o fim de 2022.
Fotos de Leonardo Martins