A gente falou aqui que a noite dessa sexta (11/03), na Academia Brasileira de Letras, ficaria no coração dos imortais: foi a posse da nova diretoria, com a volta dos trabalhos presenciais, dois anos depois de a OMS decretar a pandemia — as máscaras foram dispensadas no Petit Trianon, embora a maioria as segurasse.
O jornalista Merval Pereira, na cadeira 31 desde 2011, oficializou o primeiro mandato como presidente, em noite festiva. No discurso de pouco mais de 15 minutos, falou sobre o desafio de assumir o cargo em momento de crises social, política, sanitária e a guerra na Ucrânia. “Esses dois anos difíceis, que aparentemente vão ficando para trás, nos mostram como podemos ter esperança na superação desse novo e triste desafio: a união de cidadãos nas democracias de todo o mundo na luta diária contra o mal. Tem sido assim na pandemia e será assim no repúdio à guerra”, disse Merval, ao lado de Nélida Piñon (secretária-geral), Joaquim Falcão (primeiro-secretário), Evaldo Cabral de Mello (tesoureiro) e do prefeito Eduardo Paes, o único “mortal” convidado para a mesa diretora.
O novo presidente citou, além de vários nomes que fizeram a história da ABL, Cândido Mendes de Almeida, que morreu em fevereiro, representado ali pela viúva, a pneumologista Margareth Dalcolmo — “a médica que fez a diferença nos dias de pandemia”, disse — e também os novos integrantes: Fernanda Montenegro, Gilberto Gil, José Paulo Cavalcanti, Eduardo Giannetti e Paulo Niemeyer Filho, todos na plateia, ainda sem os fardões, porque não tomaram posse.
A pandemia acabou. Viam-se braços e beijos represados por dois anos. Com tanta gente conhecida, amigo de Zuenir Ventura brincava: “Temos hoje, aqui, um dos melhores castings de convidados que vi desde muito tempo”.
E a alegria da chef Adriana Mattar: “Que honra fazer o coquetel para as mentes brilhantes do nosso país. Como disse o escritor Ruy Castro no seu discurso inspirador: ‘A segunda coisa mais importante da vida é aprender; a primeira, claro, é ensinar’.“
Merval anunciou que, em abril, Fernadona vai fazer a leitura de “Nelson Rodrigues por ele mesmo”, uma adaptação sua do livro de Sônia Rodrigues, filha do dramaturgo, no teatro da ABL. Logo depois, momento do discurso de Antonio Carlos Secchin e entrega do Prêmio Machado de Assis a Ruy Castro, pelo conjunto da obra. O evento terminou com um recital da cravista Rosana Lanzelotte.
A saudade pipocava pela noite adentro!
O vídeo completo da posse: