“Antes muito, muito tarde, do que nunca”. É o que diz o biólogo Mario Moscatelli sobre os sensores eletrônicos para monitoramento e controle de lançamento de poluentes na bacia do Guandu (de onde vem a água de praticamente o Rio inteiro), anunciados recentemente pela Cedae, com instalação a partir de julho. Segundo a empresa, a qualidade da água vai ser monitorada online, com dados e informações em tempo real sobre possíveis despejos de esgoto e até presença de geosmina, facilitando as fiscalizações. “Longe de ser a solução, que passa pela metamorfose dos rios da região de valas de esgoto novamente para rios. O monitoramento é uma das ferramentas essenciais para saber o que está chegando ao ponto de captação da estação de tratamento de água do Guandu. É pouco, muito pouco para a gravidade do problema e para o tempo que já se passou desde o primeiro alerta dado em 1999 sobre a situação”, explica Mario, que faz esse “monitoramento físico” há mais de 30 anos.
A nova tecnologia, criada pelo Centro de Inovação Socioambiental da companhia, promete ajudar a suavizar a poluição e mapear efluentes mesmo à distância. “Estamos falando de Brasil e, mais especificamente, no estado do Rio, que já cansou de dar exemplos de como não se devem gerir os recursos hídricos. Enquanto isso, os ‘rios’ Poços, Queimados e Ipiranga continuam despejando de tudo no ponto de captação. Como estação de tratamento de água não trata esgoto, o resto é pura dedução”, finaliza Moscateli, desacreditado.