Uma nova palavra foi um dos assuntos mais comentados nas redes do primeiro dia útil do ano (03/01): flurona, infecção de covid-19 e gripe ao mesmo tempo, com alguns casos no Estado do Ceará.
Os internautas não estão nem aí para os sintomas ou riscos de uma das novidades desagradáveis em 2022, mas para o nome da doença. Embora pareça bobagem, a juíza e escritora Andrea Pachá deu sua opinião: “Deveriam pensar na dignidade quando escolhem o nome das coisas. Não fosse a ansiedade e o mal-estar causados pela covid e pela influenza, o sujeito não merece estar com flurona.”
Pacha não está sozinha: o brasiliense Anderson Brito, virologista e pesquisador em epidemiologia genômica da Universidade de Yale, diz que o termo é inadequado, “primeiro, porque não existe um vírus híbrido da gripe/covid; segundo, porque infecções simultâneas por vírus que se disseminam juntos acontecem, isso é normal, porém indesejável. É importante ter muito cuidado ao inventar termos não oficiais para designar doenças ou patógenos. Termos como ‘flurona’ ou ‘delta plus’ só geram confusão e ansiedade desnecessárias: ‘vírus híbrido’, ‘superdoença’, ‘vírus mais agressivo’, usem conceitos, não termos ‘criativos’”.
E claro, a palavra, mesmo sem a maioria saber que está errada, foi reprovada por muitos. Entre os comentários, “criaram um ‘shipp’ pra influenza e corona”, “se não traduzirem flurona como gripona eu vou ficar muito frustrado”, “os convites de pré-carnaval surgindo, os eventos aparecendo e a flurona chegando”, “2022 chegou logo, metendo o pé na porta com essa tal de flurona” e assim vai…