Nem ter o livro esgotado no auge da noite de autógrafos, quando muitos enlouqueceriam, tirou a serenidade de Margareth Dalcolmo. A pneumologista, chamada aqui na coluna de porta-voz-da-pandemia, lançou “Um tempo para não esquecer” (editora Bazar do Tempo), onde constam os artigos escritos para O Globo, uma espécie de diário da covid-19.
Que fila é esta? Perguntavam alguns. Não que a Dra. Margareth seja daquelas que põem a vida em dia, logo naquela hora, mas além da multidão, muitos compravam para a família inteira — eram inúmeras dedicatórias. Creia: teve quem falsificasse o autógrafo para a mãe e a avó, porque três horas ali, em pé, não sendo por um motivo, digamos, erótico, quando dá a gente evita (rsrsrs). “Minha intenção foi deixar um registro cronológico de tudo o que aconteceu, porque eu acompanhei o medo dos pacientes, a evolução da pandemia, e tudo isso foi muito inspirador”, disse Dalcolmo.
O livro tem prefácio de Domício Proença Filho, imortal da ABL, posfácio do doutor J.J. Camargo, da Academia Nacional de Medicina (ANM), e textos de Nísia Trindade Lima, presidente da Fiocruz, e Nélida Piñon, também da ABL. “Ao aliar qualidade literária à generosidade de divulgar conhecimentos científicos de forma acessível, os artigos reunidos nesta obra testemunham que a Medicina pode ser, ao mesmo tempo, arte de cuidar e o compromisso com o bem-estar coletivo”, escreveu Nísia.