Viver a moda é fundamental para muitas pessoas, o que pode turbinar a autoestima e contribuir para o bem-estar. Sempre temos curiosidade sobre como são as casas de pessoas superantenadas com a moda; até chegamos a fazer uma associação imediata com a sua imagem.
Só que a casa, o refúgio, lugar de maior intimidade, nem sempre representa o que aparentamos socialmente. É, justamente, na dicotomia, que mora a magia da casa, aquele espaço único e tão particular.
Podemos até adorar receber, mas, naquele local, passamos muito mais tempo do dia a dia com a família ou apenas sozinhos mesmo. E nada mais gostoso do que essa casa ser a nossa cara, com todas as nossas referências, afetos e memórias.
É muito interessante ver como vivem as pessoas que trabalham com a moda intensamente, pois, na maioria das vezes, elas nem sempre refletem isso em casa e, muitas vezes, querem até se desassociar dessa imagem, ter seu momento relax e serem totalmente fora das tendências.
Perguntamos a estilista Maria Beatriz Mendes de Almeida, criadora da grife Horto, sobre como sua casa reflete o seu cotidiano na moda: “Estar em casa é um momento máximo para relaxar e me conectar com meus afetos visuais. Tudo nela é totalmente pessoal, desde as escolhas das cadeiras da sala de jantar, de modelos diferentes de Sérgio Rodrigues, como a poltrona ‘Lúcio Costa e Oscar Niemeyer’, obras de arte e a mistura de cores fortes, assim como uma tendência para a tonalidade rosa. Isso tudo é um reflexo do meu olhar: mais para um clima divertido e alegre. Também adoramos cozinhar e receber, portanto ela tem que acolher. Aqui em casa, tento reproduzir a inspiração de quando faço uma nova coleção, contando uma história com um visual forte e inspirador, usando memórias de vida e afetos, uma mescla de cultura que abraça democraticamente toda a casa.”