A retomada do pós-pandemia e os altos investimentos no Rio podem ser um ótimo negócio para a economia criativa e, principalmente, para os empresários, mas os cariocas podem sair perdendo de alguma maneira. Por exemplo, até o fim do ano, a orla vai ter 31 novos quiosques do Leme ao Pontal (ao todo, são 309) — sendo duas novas construções e outros 29 que mudaram de operador e passaram por reformas.
Na praia de Ipanema, o hotel Sofitel está construindo seu próprio quiosque, com inauguração em 2022, mas que já ocupa boa parte da faixa de areia. Outro é o Clássico Beach Club, marca que já possui outros quiosques no Pepê, Recreio, Grumari, Morro da Urca e, agora, no Jardim de Alah, com a obra a toda. No posto 9, mesmo que não faça parte da administração da Orla Rio, por não oferecer serviços de quiosque, funciona o Baby Brasa Sports Club, do “chef gato”, o peruano Franco Noriega, uma academia a céu aberto que oferece aulas de ioga, acroyoga (feita em dupla), cross training, beach tennis e futevôlei.
Todos são legalizados, com alvarás de licença. Deve ser ótimo para a economia local, talvez para o turista pé na areia, mas tem carioca odiando tanta ocupação, e a poluição visual está a um passo da promiscuidade, digamos assim.