Quem despertou atenção para “Q Shaman” (ou “Xamã Qanon”), do 7 de setembro brasileiro, no meio das manifestações, foi Ian Bremmer, presidente do Eurasia Group, consultoria de risco político dos EUA, e colunista da revista “Time”. “Dia da Independência do Brasil e tem um cara muito menos legal do que o Q Shaman original, da versão do dia 6 de janeiro no Capitólio dos EUA”.
Q Shaman era o apelido de Jake Angeli, de 32 anos, aquela figura que mais apareceu na invasão em Washington, usando pele de urso com chifres, sem camisa e com o rosto pintado com as cores da bandeira americana. Ele gritava em defesa de Donald Trump e contra a vitória do democrata Joe Biden.
Ou seja, a “originalidade” do Q Shaman brasileiro ficou um pouco fora de contexto: o apoiador de Bolsonaro usava um cocar com penas verdes e amarelas — é sabido, o Presidente vive uma relação conflituosa com o povo indígena —, e um chifre (pelas notícias atuais, não caiu nada bem).
Assim como o americano, ele carregava um megafone e, para completar, uma placa que indicava “Rua Deputado Daniel Silveira”, o bolsonarista preso por ameaças a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e investigado nos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos.
Enquanto aqueles que são pagos com nosso dinheiro não defendem a democracia, só nos resta torcer para que fiquem apenas no figurino inspirado no trágico dia do Capitólio