A muralista Rafa Mon, que já faz parte da vida do carioca com seus trabalhos multicoloridos, vai começar um novo projeto na próxima semana: um painel em homenagem a Alexandre Ivo, garoto de São Gonçalo, assassinado em junho de 2010, aos 14 anos, por homofóbicos.
Rafa é mãe de Davi, hoje com 13 anos, um adolescente LGBTQIA+, que tem todo o apoio da família. “Desde que Davi se descobriu, eu faço trabalhos que simbolizam, de alguma maneira, a luta por respeito e igualdade, acredito na arte como uma potente ferramenta política de transformação. Todo mês de junho, que é o mês de orgulho LGBTQIA+, eu volto todos os meus trabalhos pessoais para a causa, e esse é de mãe para mãe (para Angélica Ivo, mãe de Alexandre)”, diz ela.
A artista usa cores vivas e alegres, mas, por trás de cada traço, sempre uma mensagem. O novo painel vai ser pintado no Parque de Madureira, um retrato de Alexandre com muitas cores, de seis metros de altura por cinco de largura. “Este ano, o Centro de Cidadania LGBTI de Niterói, com o nome de Alexandre, apagou para dar lugar ao nome de Paulo Gustavo. Foi mais um cruel apagamento de sua memória. Eles apagam, nós pintamos”, diz Mon.
A troca do nome foi amplamente criticada por ONGs e várias associações, e foi feita no dia 17 de maio, Dia Internacional contra Homofobia, em sanção do governador Cláudio Castro. O programa Rio sem LGBTIfobia, que administra o centro de cidadania, enviou uma nota com o título “Alexandre Ivo presente… Sempre presente”, afirmando que o nome do local nunca foi o do jovem, que era apenas patrono, e que a placa em homenagem a ele continua visível.