Morreu, nessa quarta (14/04), aos 82 anos, Bernard Madoff, que foi talvez o mais conhecido pivô de uma gigantesca fraude financeira.
Ele, que foi um renomado operador de Wall Street e também presidente da Nasdaq (bolsa de tecnologia americana), tinha muitos contatos e prestígio no mercado financeiro.
No entanto, foi condenado a 150 anos e estava preso nos EUA, desde 2008, por ter sido o responsável por um golpe por meio de um fundo de investimento que garantia com regularidade altas taxas de juros aos seus cotistas. Todo o esquema, que funcionou por décadas, era baseado numa pirâmide financeira.
Enquanto novos investidores aportavam no fundo, ele utilizava esses recursos para pagar os rendimentos prometidos aos demais. Todavia, quando esse fluxo de entrada de recursos cessou, ele não conseguiu mais manter a fraude, e o esquema desmoronou.
Ocorreu que, na crise do subprime de 2008, muitos clientes solicitaram resgates ao mesmo tempo, fazendo com que a pirâmide desmoronasse.
Antes dessa quebradeira, sua empresa tinha sido investigada pela Securities and Exchange Comission (SEC) — uma agência federal independente de regulamentação e controle dos mercados financeiros, que é como se fosse a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) americana, mas não conseguiram encontrar nenhuma fraude.
O episódio levou inúmeras pessoas ao prejuízo, estimado em torno de US$ 65 bilhões (mais ou menos R$ 390 bilhões). É sabido que ele chegou a lesar mais de 30 mil pessoas e instituições financeiras, inclusive fundações e instituições de caridade. Dentre as pessoas lesadas, muitas eram bem conhecidas e da alta sociedade, algumas até do Brasil.
E se você acha que já ouviu sobre ofertas de investimentos com juros garantidos e bem acima daqueles pagos no mercado, não é mera coincidência. Vale ler o livro ou assistir ao filme “O Mago das Mentiras” (2017), em cartaz na HBO, para conhecer mais sobre essa história e evitar cair numa fraude financeira!