Minha opinião sobre este abre fecha, fecha abre, não importa. Quem pode dizer se as escolas podem abrir ou não são os médicos sanitaristas dessa área. Procuro seguir essas indicações.
Os embates políticos complicam a vida das escolas e das famílias. Escola e família são o que realmente importa; as duas caminham juntas, e deve haver um respeito muito grande. Para as escolas continuarem abertas, as famílias devem participar de todas as possibilidades, contatos e doentes próximos do aluno, para que a escola possa mapear as turmas que devem fazer quarentena ou continuar abertas. As famílias são também muito responsáveis pela continuidade do processo. Ninguém quer correr riscos — todos precisam e merecem segurança.
Vamos colocar na balança questões tais como: o preparo das escolas e professores, a necessidade das crianças e adolescentes da convivência com amigos, a necessidade das famílias para poderem seguir suas vidas e seus trabalhos, a qualidade do ensino remoto e mais uns ingredientes importantes. Acredito muito que cuidar da cabeça dos alunos é fundamental.
Temos que pesar e avaliar. Eu não tenho essa resposta, minha balança não para de mexer. Se pensarmos que não é pra sempre, o ideal é sossegar e esperar passar. Acontece que estamos cansando de sossegar. Uma coisa que deveria ser mais simples está deixando escolas e famílias inseguras. Ou abre, ou não abre. Ficar no meio de tiroteio de liminares só traz prejuízo para todos os lados.
Como disse no início, minha opinião não importa — só vale o que dizem os médicos que trabalham nessa área. Participo de reuniões com diretores de escolas particulares, fazemos trocas, damos e aproveitamos ideias. Isso foi um grande bônus destes tempos difíceis. Mesmo nesse grupo, é impressionante constatar a total incapacidade de resolvermos os nossos problemas.
Ontem fomos dormir felizes por retornar do feriado; hoje acordamos sem poder abrir nossas escolas. Os pais ficam perdidos, e eu, quase com vergonha de não ter as respostas. Um lado bom, bom não, excelente, é que nossos alunos aprenderam a amar mais e mais as escolas. Constatamos, finalmente, que somos essenciais. Vou concordar que, nas situações extremas, devemos ser os últimos a fechar e os primeiros a abrir. Acredito muito que cuidar da cabeça dos alunos é fundamental.
Verinha Affonseca é educadora, formada pela PUC-RJ, fundadora e diretora da Escola Nova, na Gávea, considerada entre as melhores do Rio.