Ao saber que a família de João Cândido, o “Almirante Negro”, está organizando um museu em São João de Meriti, em homenagem ao herói da Revolta da Armada, o presidente da Assembleia Legislativa, André Ceciliano, mandou a diretoria de Cultura da Alerj entrar em contato com Seu Candinho, 82 anos, o último filho vivo. A equipe escalada já foi preparada para ouvir o pedido de uma boa quantia financeira. Eis que seu Candinho pediu apenas uma placa da Alerj no muro da antiga casa do pai, dizendo que ali morou um herói do Estado do Rio.
É que João Cândido, expulso da Marinha depois da Revolta, só veio a ser anistiado no governo Lula. E o Rio é o único estado brasileiro a reconhecê-lo como herói. A ideia era checar como poderia apoiar o projeto. Pra quem não lembra, em 1910, João Cândido liderou um motim de marinheiros contra a prática de castigos físicos pelos oficiais. Eles tomaram os principais navios de guerra da Marinha e apontaram os canhões contra o Rio. O governo não teve saída senão ceder. João Cândido terminou a vida como pescador, morando numa casinha na Baixada Fluminense.