Se você está lendo este artigo agora, neste dia 8 de março, aposto que você seja uma mulher! Posso estar enganada, claro, mas acredito que a probabilidade de errar seja pequena. Em 2020, 94,5% dos alunos do meu curso online de Comunicação Não Violenta (CNV) e empatia — Método Conecta — foram do sexo feminino. Sim, exatamente: 94,5%! Ao longo dos últimos 10 anos, a maioria dos executivos para quem transmiti os conceitos da CNV de forma presencial, também eram mulheres — apesar de elas terem menos representatividade nas lideranças. Por que será ?
Segundo um estudo realizado com 46 mil pessoas na Universidade de Cambridge, na Inglaterra, mulheres teriam mais empatia e seriam mais ligadas a assuntos que envolvem pessoas e emoções do que os homens. Além disso, acredito que a própria expressão “Comunicação Não Violenta” possa favorecer uma percepção distorcida e preconceituosa em relação ao que é. Nas minhas diversas interações no dia a dia, percebo que a maioria das pessoas, principalmente os homens, tendem a acreditar que a Comunicação Não Violenta é feita para aprender a falar de um jeito manso e adotar um comportamento dócil e submisso.
Com essa visão, não me surpreende que estejam demonstrando pouco interesse em relação ao tema. Culturalmente, a submissão tem sido majoritariamente atribuída ao sexo feminino, mas a CNV não tem nada a ver com submissão. Tem a ver com assertividade, capacidade de ouvir, negociar, dialogar de forma construtiva, sem deixar de se posicionar, de maneira consciente e respeitosa.
A essência da CNV é a empatia — a capacidade de entender o ponto de vista do outro, seus sentimentos e suas necessidades. O objetivo é que todas as partes possam sentir-se ouvidas, compreendidas e respeitadas. A intenção da CNV é estabelecer uma conexão de qualidade entre as pessoas, de maneira a estabelecer relacionamentos com base na confiança, na escuta empática e na expressão autêntica.
Acredito que o mundo só tem a se beneficiar com essa busca por relações de “ganha-ganha” e colaboração, pois é, na cultura de dominação, que nascem a violência, as guerras e os conflitos desgastantes que trazem sofrimento. Aproveito este Dia Internacional da Mulher, então, para desejar-lhe um excelente dia com mais empatia, respeito e humanidade nas relações! Feliz Dia da Mulher!