Morreu, na noite dessa quinta (04/02), a cabeleireira transgênero Ruddy Pinho, aos 77 anos. A causa da morte não foi divulgada, só em conversas de pé de ouvido. Ela, certamente, preferia que fosse. Ruddy, que gostava de ser chamada de “A Maravilhosa”, tinha um salão em Ipanema. Seu estilo em cabelos era inconfundível — foi ela que transformou a cantora Simone em “símbolo sexual” na década de 1980, quando fez o corte no estilo “leoa”. Trabalhou também com Marília Pêra, Odete Lara, Yoná Magalhães e Beth Carvalho, sem falar de Susana Vieira, grande amiga por 36 anos (depois de uma briga, não se falaram mais); Ruddy, inclusive, escreveu uma biografia não autorizada da atriz. “Foi com grande pesar que recebi a notícia da partida precoce e inesperada da Ruddy. Perder alguém que já fez parte da sua vida por tantos anos é sempre muito triste! Que ela descanse em paz”, disse Susana à coluna.
Aliás, a literatura era sua paixão: lançou 10 livros, entre eles “Ih…confidências mineiras”, que ganhou concurso da Biblioteca Nacional em 1999. Também chegou a se candidatar à Academia Brasileira de Letras (ABL).
Ruddy atuou em três filmes, dentre os quais, “Navalha na carne”, de Neville de Almeida, ao lado de Vera Fischer. Seu último trabalho como atriz foi “Divinas Divas”, com Jane di Castro e Rogéria, trio adorado pelos cariocas; costumavam aparecer juntas no Baile do Copacabana Palace. Ruddy nasceu em Sabinópolis, no interior de Minas, e começou a trabalhar com as tesouras aos 16 anos. Veio para o Rio em 1965, com sua alegria e autenticidade. Fica um filho adotivo, Ivan, de 43 anos, policial civil; uma neta, Maria Fernanda, de 8 anos; uns poucos inimigos e muitos amigos.