As pessoas se dividem entre o sentimento e a razão, a força e a delicadeza, a arte e o cotidiano. Oscilando entre vitórias e derrotas, a vida se passa em um ringue, no qual somos lutadores que enfrentam adversários reais e imaginários. Caímos, levantamos, bambeamos, reerguemos e, com isso, as paixões funcionam como jabs. A vida do cantor Nelson Gonçalves, ex-lutador de boxe, é a perfeita metáfora desse embate. É o que vemos em “Nelson Gonçalves — O amor e o tempo”.
De volta aos palcos, depois de dois anos de sucesso, o musical do texto é do escritor Gabriel Chalita, além de 33 canções interpretadas pelos protagonistas: o produtor, idealizador da peça e ator Guilherme Logullo, e a atriz e cantora Jullie. A direção é de Tânia Nardini; a direção musical, de Tony Lucchesi; a cenografia, de Doris Rollemberg; os figurinos deslumbrantes, de Fause Haten.
Enquanto Jullie representa a razão, a consciência, o conflito de alma fica por conta das músicas que embalaram gerações. E a escolha da direção faz da peça uma reedição do mundo musical da década de 50 – um tanto de programa de rádio, um pedaço de shows em boates, um pouco dos números musicais das chanchadas. Essa mistura acaba por trazer ao presente o que era o sentimento da época.
Serviço:
Teatro Clara Nunes, no Shopping da Gávea
Às quintas e sábados, às 20h.
Domingos, às 19h.
