O Edifício Cidade de Salvador, no número 224 da Praia do Flamengo, é praticamente um prédio em homenagem à Bahia no Rio. Foi construído no início da década de 1950, pela Aliança da Bahia Capitalização. São 12 andares e 36 apartamentos. Cada pavimento conta com um apartamento de frente, com cerca de 200 m2 e quatro quartos, e dois apartamentos de fundos com um pouco mais de 100 m2, além da unidade tríplex na cobertura.
Possui três elevadores com a sigla ABC, de Aliança da Bahia Capitalização, dourada em suas portas. Os dois principais servem, respectivamente, a coluna 01 e as colunas 02 e 03, além de um elevador de serviço comum a todos as unidades. O Cidade de Salvador conta com garagem e varandas embutidas em sua fachada, que originalmente era em pó de pedra. A maioria dessas varandas foram fechadas anos atrás.
O ponto alto dessa construção está no térreo, com os três portões enormes de ferro e vidro, que chamam a atenção de quase todos que passam na rua.
O térreo também possui três lojas, de propriedade do ABC, que, há muitos anos, estão sem uso. A maior delas foi, por muito tempo, uma das lojas mais importantes do Rio da marca de cosméticos Helena Rubinstein.
Algumas figuras importantes da História do Brasil viveram nesse edifício: Carlos Lacerda (1914-1977), ex-governador do Estado da Guanabara, na cobertura que hoje pertence à família Cândido Mendes; Brigadeiro Eduardo Gomes (1896-1981), um dos sobreviventes da Revolta dos 18 do Forte, em 1922, e responsável pelo doce mais famoso do País levar a sua patente no nome, morou no oitavo andar até morrer. A primeira convenção de condomínio do Cidade de Salvador foi feita por José Eduardo do Prado Kelly (1904-1986), que foi ministro da Justiça, do STF e presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil. Viveu anos no sexto andar.
Felizmente, esse marco da arquitetura carioca é tombado. Que dure mais alguns séculos, embelezando e enchendo de história a Praia do Flamengo.