Se você está lendo este artigo, é um(a) sobrevivente. Parabéns! Para alguns, 2020 foi um ano positivo, mas, para outros, péssimo: metas frustradas, planos cancelados, luto… Que tenha sido bom ou ruim, no mínimo, podemos dizer que foi um ano atípico para todos. Incerteza, medo, necessidade de se adaptar e reinventar-se de forma extremamente rápida. Todos precisaram de uma boa dose de resiliência, fé, coragem, força e saúde física e mental para lidar com todos os tipos de desafios.
E agora? A virada do ano, momento tão esperado por muitas pessoas, está chegando. Como será o ano de 2021? Ninguém sabe exatamente. Entretanto, o ano novo costuma trazer esperança de que as coisas vão mudar para melhor. Costumamos fazer nossa lista de boas resoluções, seja no papel, seja na nossa cabeça. É o período em que acreditamos na possibilidade de mudança. E você? Já fez seu plano de metas para 2021? Falando em mudança, gostaria de sugerir-lhe uma atividade diferente, algo que, provavelmente, nunca fez na vida: seria o que chamo de “planejamento empático”. Já estou imaginando a expressão no seu rosto, perguntando-se: “planejamento empático? Que diabo é isso???”
Vou explicar. Como especialista em empatia e Comunicação Não Violenta (CNV), tive que aprender o vocabulário das emoções, dos sentimentos e das necessidades humanas universais. Ser empático, na prática, é ter a capacidade de compreender e respeitar o que estamos sentindo e precisando, sem julgamento nem preconceito. Todo ser humano precisa de empatia. Estatísticas do Google, este ano, mostram que o interesse pela palavra “empatia” alcançou um pico máximo de popularidade no Brasil, no início da pandemia e se manteve alto durante o ano todo.
Acredito que o mundo precisa de mais empatia. Por esse motivo, resolvi criar uma ferramenta nova para exercitar e desenvolver essa habilidade tão essencial para as relações humanas e a vida em geral. Todos nós precisamos dela para viver e conviver melhor. Habitualmente, as metas comuns de ano novo são: perder X quilos, ganhar X dinheiro, realizar ou conquistar tal ou tal coisa. Em vez disso, gostaria que você parasse para refletir e responder a duas simples perguntas:
“Como gostaria de se sentir em 2021? Animado, alegre, mais leve, descansado, seguro, confiante, esperançoso, tranquilo, motivado, entusiasmado?” e
“Quais valores ou necessidades mais importantes gostaria de fossem atendidos? Segurança, sustento, vitalidade, autonomia, liberdade, descanso, relaxamento, empatia, apoio, amor, paz, tranquilidade, harmonia, crescimento, propósito, realização, contribuição, produtividade, integridade, autenticidade, justiça?”
Por que fazer esse “planejamento empático” no lugar do planejamento comum? Um, não necessariamente, tem que substituir o outro; ambos podem ser interessantes e importantes. No entanto, a partir da identificação de como você quer se sentir e quais necessidades gostaria que fossem satisfeitas, você poderá ampliar a compreensão daquilo que realmente considera importante e, assim, fazer escolhas mais conscientes, selecionando estratégias mais adequadas.
Muitas vezes, perseguimos metas que nem fazem tanto sentido ao pararmos para pensar melhor. Prendemo-nos a um objetivo sem saber exatamente por que é tão importante para nós. Por exemplo, comprar um carro “X”: tal compra pode ter sido um sonho de criança ou adolescente, e uma vez que chegou à idade adulta, outras coisas podem ser mais importantes ou prioritárias, como realizar-se pessoal e profissionalmente, ter um ótimo relacionamento, liberdade e flexibilidade de horários para obter mais qualidade de vida, etc.
Que tal experimentar esse novo planejamento? Deixo-lhe esse convite e o desejo de um excelente ano 2021 para você e sua família!