Nos últimos meses, o jornalista Rod Carvalho, que trabalha com audiovisual há 10 anos, dedicou-se à criação de uma série, de forma totalmente independente, com o diretor de cinema Emanuel Orengo, chamada “Arte: Atravessando a Pandemia”. A ideia, que surgiu depois que os dois filmaram um artista plástico produzindo uma obra para um documentário internacional sobre a pandemia, foi de produzirem e dirigirem entre 10 a 12 episódios, com dois artistas de um nicho específico em cada um (artes plásticas, cinema, teatro, fotografia e dança) E, logo no programa piloto, contaram com os artistas plásticos Carlos Vergara e Maxwell Alexandre, eleito como um 30 jovens artistas mais promissores da “The Artsy Vanguard” em 2020.
No primeiro episódio (que ainda não foi veiculado) Vergara, por exemplo, conta sobre o trabalho feito durante a quarentena — uma série de envelopes em que desenhou metade do papel e enviou para os amigos finalizarem —, segundo ele, “uma arte postal, por causa da falta de contato na pandemia”. Para ele, “os novos tempos não vão ser iguais, pela carga das perdas trágicas e do sofrimento. A marca vai existir, pode ser com uma ferida curada ou com uma cicatriz inesquecível. A arte existe para ajudar a gente a estar melhor no mundo. E você vai estar melhor no mundo sendo mais sensível, percebendo áreas do seu cérebro que são da intuição, do sutil”.
Segundo Rod, o intuito da série é mostrar a importância da arte na sociedade nesse momento de incertezas: “Nos episódios, os entrevistados irão falar sobre como está sendo criar diante dessa pandemia, de que maneira ela tem ‘afetado’ suas obras e como esse momento amplifica a relevância da arte no mundo. E o auge é o encontro dos dois artistas no último bloco de cada episódio (seguindo as normas de distanciamento), onde vão conversar, trocando impressões e experiências”.
Rod e Emanuel ganharam o reforço de dois nomes na equipe: o produtor Cavi Borges, da produtora Cavideo, e roteirista, diretor e montador Paulo Henrique Fontenelle, de filmes como “Cássia Eller”, “Jango” e “Loki”. “Estamos em contato com alguns canais de TV a Cabo e de streaming para ver quem abraça a ideia, além de alguns potenciais patrocinadores que possam, quem sabe, lançar um canal no YouTube com todos os episódios”, conta Rod
A ideia surgiu há uns quatro meses, depois que Rod foi convidado a gravar um documentário em que ele era um dos personagens ao entregar comida para moradores de rua na Gávea, onde mora — como publicamos aqui, com a escassez de trabalhos no audiovisual, ele se ofereceu para fazer compras de qualquer coisa e o que mais pintasse para os vizinhos, cobrando uma taxa e, passando pelos moradores de rua, resolveu fazer comida e entregar. Com isso, ele chamou Emanuel para ajudar no doc, começou a ter reuniões e criaram o projeto.