Morreu, na manhã desta sexta (23/10), no Unimed-Rio, na Barra, o armador José Carlos Fragoso Pires, dono da Frota Oceânica, aquela que foi uma das maiores companhias de navegação brasileira. Fragoso Pires, de 88 anos, em estado delicado desde o fim do ano passado, foi ali internado no último dia 4 de outubro.
De dezembro de 2019 pra cá, venceu três pneumonias, um câncer na garganta e a Covid-19 (supõe-se infectado em março, durante noivado da neta Alessandra, único evento a que participou), além do Mal Parkinson, que o acompanhava há alguns anos. Nada, porém, comparado ao golpe sofrido com a notícia da doença do filho, Rafael, o Fafa, morto em maio, diagnosticado com leucemia e depois contaminado pelo coronavírus.
Fragoso Pires é nome, digamos, eternizado não só no Jockey Club Brasileiro, de onde foi presidente por dois mandatos, como também por ser criador de cavalos puros-sangues, tanto quanto na sociedade carioca, família muito expressiva. Além disso, era dono de um dos mais representativos endereços do Rio: a cobertura do prédio 284, da Praia do Flamengo, de 3.800 m², com vista para a Baía da Guanabara, apartamento comprado do playboy Jorginho Guinle, à venda há anos.
Sua passagem pelo Jockey, na década de 90, é lembrada como das épocas mais imponentes do clube, tendo sua mulher, Angela, à frente das festas black-tie. Esse é seu segundo casamento, cuja família era formada por oito filhos: três dela e cinco dele (todos o chamavam de pai). O sobrenome Fragoso Pires é lembrado ainda por uma fase de declínio financeiro, também desde os anos 90, quando a crise atingiu os navios cargueiros, mas muito mais vinculado a riqueza, classe e elegância.