Buscando soluções para atravessar o momento de pandemia, deparamos com novos conceitos da casa tanto em sua forma filosófica quanto poética. Tentamos superar os desafios que foram surgindo e, atualmente, em muitos lugares do mundo, vemos os ambientes transformando-se em novas interações. Apesar da desglobalização, o nosso mundo hoje fabrica, troca e exporta conhecimento e informação.
Com esse intercâmbio cultural e também comportamental, descobrimos novas formas de olhar o uso da casa. Esse novo entendimento permite-nos alugar espaços da casa, por horas, para almoços, jantares reuniões de trabalho, por uma noite, por alguns dias, e assim por diante. Esse processo de olhar a casa como um novo espaço interativo e lucrativo passa por uma desconstrução do olhar do arquiteto.
Na profissão, acreditamos em projetar um espaço único e específico feito sob medida para os clientes, mas até esse olhar terá que ser revisado e repaginado para uma nova era, muito mais moderna e interativa, rápida e exigente, além de altamente criativa.
Perguntamos ao marchand Arnaldo Brenha, que fez da sua casa um lugar moderno e muito criativo. “A vida mudou muito, mesmo antes da Covid; então resolvi aproveitar minha casa de todas as maneiras. O espaço é bem grande para um homem solteiro, daí tive esse olhar comercial. Aqui tem objetos da minha família, alguns trazidos de viagens surpreendentes, cada um com uma história diferente. Com o seguinte detalhe: todos estão à venda. Uma hóspede me disse recentemente que sua estada aqui pode ser considerada uma verdadeira experiência. Tem ainda a parte de quebrar a monotonia. Quando está alugado, eu acabo virando turista na minha própria cidade, o que tem sido bacana também”.