Se você é carioca, já sabe que certas coisas para alguns são meramente ilustrativas. Faixa de pedestre, a divisória das pistas dos carros, aquela plaquinha de “não pise na grama”, lixeira laranja… Tá tudo ali, mas, quase sempre, tem alguém que parece ter uma cegueira seletiva e não vê.
E com o coronavírus aí, a Prefeitura vai inventar mais uma daquelas, que, como diria Zeca Pagodinho: “Nunca vi, nem comi; eu só ouço falar”. É a reserva de praia por aplicativo. É isso mesmo: pra ficar ali sentadinho na areia e garantindo o distanciamento, você vai precisar reservar o espaço e o horário pra estender sua canga e curtir.
A ideia é boa, já foi aplicada na China, no Japão… mas sem aquele vira-latismo de tudo por aqui é pior, vamos ser sinceros: alguém aposta que isso vai acontecer certinho? Que cada um vai ficar no seu quadrado? Quanto tempo pra começar a desculpa de que a areia cobriu a faixa e a pessoa não viu a divisão? E quem não tem ou não usa celular na praia? Fica fora da praia, lambendo os beiços? Praia por aplicativo no Rio. Nem o Uber por aqui funciona direito, imagina um espaço de areia?