Uma tendência dos novos tempos é a politização de tudo e todos e, assim, infelizmente, polarizamos tudo. Num mundo em preto e branco, onde fica o cinza? Na contramão desse comportamento, o mundo nunca precisou tanto de flexibilidade e fluidez. O espaço onde moramos reflete tudo, principalmente o nosso comportamento como sociedade. Quando pensamos no “morar” atual, vemos que existe um olhar para a compreensão e as necessitadas desse local.
O desejo do momento é viver num ambiente calmo, acolhedor, saudável, perto da natureza e com conforto. Os modismos, móveis e ambientes assinados, a sofisticada tecnologia saíram da lista principal de desejos e ficaram menos em evidência. A casa de hoje vive um momento de grande transformação, assim como o nosso o modo de vida e, negar isso e continuar com os mesmos padrões significa ficar de fora do comportamento contemporâneo de sobrevivência e adaptação.
Einstein já dizia: “A inteligência humana está baseada na capacidade de flexibilidade e adaptação”.
Achar esse padrão específico será o desafio dos arquitetos, decoradores e designers que pensam e conceituam sobre o morar do futuro.
Perguntamos à jornalista, colunista e artista Hildegard Angel, sempre muito ligada à política e atentíssima, como se comporta a casa politizada?
“O pós-pandemia será da poupança, de guardar o dinheiro, como os economistas recomendam, pois não se sabe como, nem quando o mundo vai se recuperar do impacto do coronavírus em suas finanças e nos investimentos. No resto do mundo, será assim, menos no Brasil, onde, enquanto o consumo de luxo se retrai nas principais capitais do estrangeiro, nós acabamos de bater o recorde mundial de vendas de carros Porsche, das linhas mais caras. Enquanto isso, as lojas das grandes marcas no exterior reabriram com movimento fraco, e os sites internacionais de fashion business apontam como grande tendência o mercado de peças de segunda mão. Já no Brasil, em São Paulo, o luxuoso Shopping Iguatemi reabriu duro de gente, com filas homéricas pra comprar bolsas na Hermès. E nossos bilionários, 30% mais ricos graças à pandemia, gastam sem o menor constrangimento. Os arquitetos e decoradores-ostentação brasileiros podem dormir sossegados… E os arquitetos brasileiros, que fazem um trabalho fresco, moderno, criterioso e de acordo com o novo tempo, como vocês, Márcia e Manu, serão os profissionais preferenciais do dinheiro responsável e consciente”.
Obrigada, Hildegard, nós agradecemos muito e adoramos saber disso! Marcia e Manu.