Nessa terça (07/07), começou a Semana da Alta-Costura, em novo formato. Sem desfiles em fase de pandemia, as grifes optaram por vídeos idealizados de acordo com a inspiração da coleção — uns mais conceituais, como a Azarro, e outros mostrando os croquis sendo desenhados pelo diretor artístico, como a Schiaparelli, e ainda um que deixou todo mundo de boca aberta: o da Dior (bucólico, fantasmagórico e lindo), assinado pelo diretor italiano Matteo Garrone, autor de “Dogman” e “Gomorra”, disponível no site da grife.
É muito interessante observar a evolução da moda neste momento, pois, mesmo com toda a insegurança, as grifes apresentaram modelos deslumbrantes, sem as centenas de clientes, loucas por um lugar na primeira fila dos desfiles a cada estação, para escolher seus figurinos.
Como toda a movimentação acontece por trás de uma tela, sem as multidões que surgem na cidade e circulam pelas ruas, entre um desfile e outro, fotógrafos, modelos, editoras de moda e a mulherada arrumadíssima, o sentimento é de uma semana silenciosa, secreta e cheia de expectativas.
Esperando por dias melhores, a moda parisiense permanece a seu modo, encantando e mostrando ao mundo que continuar é o mais importante!
Selecionei para vocês algumas imagens do que foi apresentado até agora.
A Dior, de Maria Grazia Chiuri, fez uma coleção primorosa, tanto nos detalhes quanto na matéria-prima, e criou peças também em miniaturas, inspirada em pioneiras surrealistas e na Théâtre de la Mode, que vão viajar dentro de um baú para os clientes que não puderam estar ali. “As mulheres surrealistas são menos conhecidas do que os homens e muitas vezes são vistas como suas musas ao invés de como as talentosas artistas que foram. Elas eram muito modernas, muito pouco convencionais para o tempo em que vivam”, disse Maria Grazia à “Vogue” internacional. As artistas Leonora Carrington e Jacqueline Lamba e as fotógrafas Lee Miller e Dora Maar são as referências. “Fiz 37 designs em manequins de tamanhos reduzidos, que serão apresentados em um trunk-show que vai viajar o mundo para chegar até as nossas clientes de alta-costura”. Superluxo!
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Giambattista Valli mostrou vestidos de sonho, com sua perfeição em trabalhar o tule de maneira grandiosa e opulenta.
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Uma forma superoriginal de mostrar os figurinos foi apresentada pela Schiaparelli (as duas primeiras imagens) e Ralph and Russo com os croquis — lindos volumosos e femininos, que serão enviados às clientes com todos os detalhes de tecido e cores para suas escolhas.
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O único desfile “físico” foi o de 75 anos da Balmain, de Olivier Rousteing, que aconteceu num barco pelo rio Sena. Dessa forma, o público que estava nas pontes e nos cafés pôde apreciar os looks ícones misturados com novas silhuetas, com show de dança e música.
Dá o play para sentir o clima do desfile:
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A estilista Iris Van Herpen optou por apresentar um único look e todo o processo de criação com a perfeição de técnicas em 3D da grife, e convidou a atriz Clarice Van Houten para ser sua modelo.
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A Chanel fez uma apresentação em vídeo, com modelos estreladas para uma coleção bem menor do que costumava apresentar nos desfiles grandiosos à época de Karl Lagerfeld. A diretora criativa Virginie Viard fez uma coleção compacta, rica nos detalhes e em materiais nobres, com estrutura impecável em vestidos de tafetá de seda pura e os famosos tailleurs em tweed chanel bordados com brilhos – “noblesse oblige!”
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A coleção do estilista Alexandre Vauthier está simplesmente deslumbrante nas fotos com as modelos em suas casas. Bravo!
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Bye Bye Cavalli, bonjour Dior! A Dior abriu uma megaloja no prédio onde ficava a Cavalli, na Saint Honoré. Idealizada pelo arquiteto Peter Marino, em um prédio do século XVIII, tem quatro andares e apresenta toda a linha de prêt-à-porter feminino e masculino, acessórios, obras de arte, mobiliário em toile de Jouy e um jardim interno. Tudo foi pensado numa experiência única para as clientes.
Dior Saint Honoré
261, Rue Saint-Honoré, 75001 — Paris
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A experiência da Ikea, loja de móveis e objetos de decoração com baixo custo, na região da Madeleine, em Paris, inspirou o grupo a abrir um novo ponto na cidade, desta vez na Rue de Rivoli, no imóvel onde antes funcionava a Forever 21, o qual foi comprado no valor de 130 milhões de euros (mais ou menos R$ 780 milhões). Um espaço com 2.900 m2, dividido em três andares, todo dedicado à coleção de móveis e objetos de decoração. A inauguração será em 2021.
IKEA
144, Rue de Rivoli — 75001 — Paris
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