Aos 17 anos de idade, fui morar em uma barraca, cedida pelo amigo Beto Dourado, nas florestas de São Conrado; foi um período de profundas mudanças. Eu praticava surf e voo livre, mas precisava ficar sozinho para me entender melhor. Depois de seis meses na montanha, conheci o mestre Maharishi e sua meditação transcendental. Descobri, então, que a realização da vida está em ganhar, internamente, a percepção de valores mais refinados e sutis, o nível em que a felicidade se torna estável e duradoura — apoiada no Ser, mais do que no ter, ou seja, uma vida de liberdade, uma plenitude de todos os valores da existência humana. Através desse caminho, percebi que a realização estava muito mais dentro de nós do que fora e que, atingindo essa meta, seria muito mais fácil viver a felicidade no dia a dia.
Por aproximadamente 30 anos, senti que a maioria das pessoas não tinha interesse nesse assunto, porém, de uns 10 anos para cá, a coisa mudou: “meditação”, hoje, é uma das palavras mais acessadas no Google. Com a pandemia, a procura por ela se intensificou e assim, hoje, temos essa grande oportunidade de descobrir, através de uma boa técnica, que o silêncio, hábito há muito tempo perdido, é cheio de vida, sabedoria e criatividade. Estamos descobrindo o silêncio interior como uma bússola, um porto seguro, onde podemos ancorar nossa felicidade independentemente das tempestades externas. Eu descobri que o silêncio é inteligência criativa e que o barulho do mundo também possui esse tipo de silêncio inteligente na sua base. Isso torna melhor tudo o que vivemos. Vivemos com mais energia, mais saúde, mais harmonia em nossos relacionamentos e, acima de tudo, experimentando ondas de felicidade que não dependem de nada porque nascem dentro de nós, em nosso próprio Ser. Os estresses são eliminados, a força da vida aumenta pelo fortalecimento do sistema nervoso e a calma que sobrevém gera um estado de alerta em repouso que se traduz em excelência nas ações.
Se eu pudesse aconselhar alguém na busca de uma boa técnica de Meditação, diria:
1 – Procure um método milenar, com uma longa tradição e um bom mestre;
2 – Procure uma técnica com profundo respaldo científico;
3 – Procure uma técnica simples, natural e inocente, ou seja, uma técnica fácil;
4 – Procure uma técnica que gere resultados imediatos porque, em geral, nós somos impacientes. Com isso, você encontrará a meditação transcendental.
Klebér Tani é diretor da Sociedade Internacional de Meditação, foi discípulo pessoal de Maharishi Mahesh Yogi, o monge que trouxe a Meditação Transcendental para o Ocidente. Klebér tem uma academia de MT no Leblon (21-2239-7066). Depois da pandemia, ele dá aulas abertas dois dias na semana: às quartas e aos domingos, a partir das 19h, no Instagram @meditacaokleber.