Onde foi parar tanta alegria de viver? — pergunta amiga da coreógrafa Alyne Alonso, bailarina do grupo profissional da Regina Sauer por alguns anos, a quem adorava. A coreógrafa morreu no começo da noite desse sábado (11/07), na Clínica São Vicente, na Gávea, aos 55 anos, de um câncer agressivo, que se espalhou rapidamente, por quase todos os órgãos. “Alyne sofreu, claro, mas sempre com força. Era incrível; na hora da fisioterapia, ela transformava os exercícios quase num balé. Sua paixão pela dança estava presente até num momento desses. O tempo todo, ela achou que venceria essa luta com muito empenho. De um tempo pra cá, teve a equipe maravilhosa do oncologista Daniel Tabak“, comenta a clínica geral Loreta Burlamaqui, que acompanhou parte do tratamento e deu grande suporte por ser também sua amiga.
“Chamava atenção tanto seu amor à dança e à arte quanto o amor dos filhos, Arthur, de 26 anos, e Paula, de 23, por ela (do casamento com Carlos Gama, ex-marido muito presente). Eles foram maravilhosos”, comenta outra amiga. Eram muitas, como Gilda Amado, Luciana Rubim, Patricia Barros, Patricia Moreira.
Alyne não tinha pai nem mãe, nem irmão. Na família, tanto ela quanto o único irmão, Ary Alonso, publicitário e coaching de Consciência, partiram precocemente; ele morreu em 2013, aos 56 anos. Certa vez escreveu: “Se uma pessoa morre, sem uma causa passível de raciocínio explicativo, isso não significa que não exista um motivo, no mínimo, o de deixar sem explicação quem ficou por aí. Estamos acostumados a obter razões científicas ou espirituais para tudo, como se o mundo ou a natureza fossem governados por essas duas linhas de pensamento.”
Tendo ou não explicação, a partida de Alyne deixa de luto qualquer um que com ela tenha convivido.