No Brasil, ele pode ser preparado com farinha de mandioca ou farinha de arroz; nesse caso, as elaborações passaram a ser chamadas de “pirão”.
Eu sempre soube que era um prato tradicional mineiro, que começou a ser elaborado no Brasil pelas mãos dos indígenas e dos escravos africanos. Entretanto, na Região Sul do Brasil, por conta da imigração italiana, era muito comum o consumo, especialmente no inverno, já que a polenta é um prato originário do norte da Itália.
O angu clássico é feito com fubá, farinha de milho fina — diferente da polenta, que possui o grão ligeiramente mais grosso, temperado com alho frito no azeite, e não leva sal por ser acompanhamento de outros pratos (¡). Curiosamente, o nome vem do idioma africano fon, da África ocidental, no qual se referia à palavra “àgun”, papinha de inhame desprovido de qualquer tempero. E o berço da polenta é a palavra latina “pollen”, flor de farinha.
No meu caso, a paixão por esse prato simples, prático, saboroso, e que também pode ser sofisticado (dependendo dos ingredientes), veio do meu avô materno, que, além de não ter sofisticação alguma, matava a galinha do quintal da casa dele, em Cachoeiro de Itapemirim (cidade do Rei Roberto, no Espírito Santo), e me dava o tacho para raspar.
Essas memórias afetivas, então, alimentaram o meu amor pela polenta. Já a tia Zelinha (não é minha tia, mas peguei emprestada) torrava o fubá puro na panela, reservava e depois fazia um refogado de alho ou cebola bem picadinhos na manteiga ou no azeite (versão vegana), com cheiro verde, também picadinho, para finalizar o prato: “Tipo farofa sem ovo”, ela dizia…
Então, vamos à receita simplésima de fazer…
2 porções (45 minutos de preparo).
Ingredientes para o caldo (se não tiver algum dos ingredientes, não se preocupe):
– 800 ml de água potável de boa qualidade;
– 1 cebola grande;
– 2 cenouras (médias);
– 1 e ½ talho de aipo;
– 1 alho-poró;
– ½ nabo (opcional);
– 2 tomates (opcional);
– tomilho;
– louro;
– salsa;
– alecrim (opcional);
– erva-doce (opcional).
Modo de fazer:
1. Higienizar e cortar os ingredientes, grosseiramente, em pequenos pedaços (para cozinhar mais rápido e dar mais sabor ao tostar os legumes);
2. Em uma panela, colocar um fio de azeite (suficiente para os ingredientes não grudarem no fundo);
3. Colocar os legumes, uma pitadinha de sal e deixar tostar levemente;
4. Agregar as ervas aromáticas;
5. Juntar a água;
6. Deixar cozinhar por aproximadamente 30 minutos, com o fogo médio e a panela tampada.
Ingredientes para a abobrinha:
– 2 colheres de sopa de azeite de oliva;
– 3 dentes de alho;
– 1 abobrinha grande;
– 1 cebola média;
– 1 xícara de vinho tinto (opcional);
– salsinha a gosto;
– sal e pimenta-do-reino.
Modo de fazer:
1. Amassar o alho com a faca (picar se desejado; eu utilizo inteiro);
2. Lavar a abobrinha e picar em meia-lua;
3. Descascar e cortar finamente a cebola;
4. Picar finamente a salsinha;
5. Colocar um fio de azeite na frigideira;
6. Inserir o alho e a cebola;
7. Quando a cebola estiver translúcida, inserir a abobrinha;
8. Colocar em fogo máximo e agregar o vinho. Deixar evaporar;
9. Colocar a salsinha;
10. Quando a abobrinha estiver “al dente”, retirar do fogo e esquentar ao servir.
Polenta:
– 250 polenta;
– 800 ml de caldo ou água;
– sal e pimenta-do-reino a gosto;
– manteiga e queijo a gosto (opcional). Eu fiz a versão vegana, com azeite e nutricional yeast (sabor de queijinho; acha-se nas melhores lojas de produtos naturais).
Modo de fazer:
1. Quando o caldo estiver fervendo, inserir a polenta como uma chuva caindo, em movimento contínuo, mexendo sempre, para evitar grumos;
2. Sal e pimenta;
3. Finalizar com os itens opcionais, se você ainda não optou por ser vegano.
Bom apetite e desfrute!
@karencoutooficial
@bbeeclean
Ps.: para minha surpresa, a polenta é rica em fibras, é um carboidrato de absorção lenta e é rica em vitamina A, ótima para o sistema imunológico, parceira dos rins, do pulmão e do coração. É também rica em carotenoides, assim como a abobrinha, que também é rica em vitamina A e possui apenas 17 calorias.