Há quem diga que as consequências do coronavírus vão permanecer entre nós, por vários anos: as mudanças de hábitos e novos olhares, a praticidade, a vida menos agitada, o êxodo urbano, menos deslocamentos e mais simplicidade.
Uma certeza já temos: a casa está mais usada, vívida, íntima. Atualmente, ela nos entende e a entendemos melhor, desde suas falhas e carências até os maiores desejos.
Mas o que está se passando na cabeça da geração que vai construir o mundo pós-pandemia? Eles também mudaram de hábitos: ficaram em casa, deixaram de ir à escola, encontrar os amigos, e usaram a casa de forma intensa e constante. Esses momentos mudaram toda uma nova geração muito mais do que imaginamos.
Ernesto Richter, 11 anos, se mudou com os pais (Georgiana Basto e Felix Richter) e o irmão caçula (Oscar) para a Áustria, há quatro anos — país que está dando show no combate ao coronavírus. Perguntamos ao Ernesto do que sentiu falta na pandemia e o que não pode viver sem daqui pra frente. “Uma cama confortável para ler e usar o computador e celular é muito importante, além de uma mesa para o computador. Adoro meu tapete para montar o Lego, o ventilador e minhas gavetas, além da janela para ver o que está acontecendo lá fora. Gosto de quadros e de gibi, assim como minha mãe e meu avô (Paulino Basto), e tenho uma escultura do artista plástico Raul Mourão, que eu gosto de ter no meu quarto também. O que não deve mais faltar é brincar com amigos e sair de casa”.