Mais do que um olhar sobre a reciclagem ou reutilização, móveis ou objetos de segunda mão ocupam um lugar importante no mercado da decoração. Antes encontrados em feirinhas ou lojas simples, os móveis seminovos ou já usados, modernos ou apenas um pouco antigos ganham nova roupagem entre os decoradores e arquitetos descolados.
Mais do que atuais e modernas, essas decorações estão em sintonia com o novo mundo e criam uma ambientação cheia de vida e muito mais elegante. Num espaço em que tudo é novo, até associamos a uma loja ou a um estande de vendas, e nada mais aconchegante do que o ar da naturalidade e da espontaneidade, que só conseguimos com o tempo de uso.
Perguntei a João Caetano, dono do Arquivo Contemporâneo, o que significa para o mercado esse olhar para o móvel de segunda mão: “Nos anos 40, o móvel assinado começou a encantar os consumidores; com isso, veio à tona uma série de móveis modernos que estavam, até então, esquecidos. Sérgio Rodrigues e Jorge Zalszupin são os maiores exemplos: além de aumentarem suas vendas, influenciaram o surgimento de novos designers; de 2015 para cá, foi impressionante o crescimento. No meu dia a dia, tenho testemunhado frequentemente a facilidade que é a revenda de um móvel usado, principalmente quando tem uma assinatura. Antigamente, quando a pessoa comprava um apartamento, raramente mantinha móveis usados; agora é comum o comprador se interessar pelos existentes e, muitas vezes, comprar o imóvel de ‘porteira fechada’ se na decoração existirem móveis com a proporcionalidade, o conforto e uma estética bacana. Atualmente, vender peças usadas de um Jader Almeida, Cláudia Moreira Salles, Sérgio Rodrigues, Ricardo Fasanello etc., está muito mais fácil.”