Com o uso da máscara, procedimentos estéticos devem aumentar ou diminuir? Antonio Paulo Pitanguy Müller, Doris Hexsel, Fabio Cuiabano e Patrícia Moraes respondem. Desde a publicação, aqui, de que agora boca é mais escondida que peito — já que você sair com o maior decote do mundo, tranquilo, já sem máscara, nem pensar —, resolvemos aprofundar o assunto e falar sobre procedimentos no rosto, nesta fase “cara escondida”. Perguntamos a opinião de dermatologistas e cirurgiões plásticos. Preenchimento nos lábios tende a diminuir? Botox tende a crescer? Por enquanto, laser, nem pensar?
Antonio Paulo Pitanguy Müller (cirurgião plástico): “As pessoas estão repensando muito as coisas. Imagino que deva mudar o padrão de consumo em todas as áreas; vem aí uma mudança de prioridade e de comportamento. Muita coisa que era padrão está mudando muito rápido. Tudo está volátil. O belo vai ser repensado.”
Doris Hexsel (dermatologista): “A máscara veio pra ficar, é um hábito saudável. Isso posto, as pessoas vão dar atenção pros olhos. Não estou atendendo ao volume normal dos pacientes, claro, mas vem sendo pedido aumento do volume do lábio – fica um resultado muito natural. Procedimentos que deixam roxo, com algum hematoma, a hora de fazer é agora. As pessoas querem aproveitar este momento para outros tratamentos, além do normal, exatamente por estarem usando máscara.”
Fabio Cuiabano (dermatologista): “Neste momento, pra mim, caiu muito esse tipo de pedido. Hoje (quarta-feira 03/06) fiz duas cirurgias de unha encravada, por exemplo, mas botox, por exemplo, vai seguir a toda. Ao mesmo tempo, penso que ainda não sabemos como será o comportamento em relação à aparência; afinal, não se sabe nada do futuro próximo, e muita gente continua sob choque. Tenho certeza de que, daqui a pouco, está vencendo o botox de todo mundo – já são três meses de isolamento. Perto de grandes festas, esses procedimentos aumentam; isso desapareceu do cenário. Vem aí a adequação.”
Patricia Moraes: “Normalmente, o que eu mais faço é preenchimento, botox, laser. Fiquei isolada na fazenda e estou voltando pro Rio agora. A quantidade de gente que me ligou, querendo fazer esses procedimentos é inacreditável. A única explicação que eu vejo é que com Face-time, vídeo, live, todo mundo se vê mais, e esse mercado tende a aumentar. E boca é uma das queixas principais”.