Aqui, a mensagem do cantor Ivan Lins, morando em Lisboa, sobre a morte de Aldir Blanc, nesta segunda (04/05), aos 73 anos, depois de uma infecção generalizada em decorrência do coronavírus. “Acabamos de perder mais um de nossos super-heróis. Amigo, parceiro bissexto e conselheiro de tempos imemoriais, deixa esse Planeta maluco pra se juntar a tantos outros super-heróis que lá de cima velam por nós, alimentam nossa coragem e resistência em busca de um País melhor. Minha solidariedade à Mari, filhas, netos e a todos que o amavam e por ele amados. A dor é grande, mas o exemplo dele nos redime e nos põe os pés no chão com mais lucidez. Está eternizado nos nossos corações, e na história do Brasil. Véio Aldir, até breve. Viverás em mim enquanto eu vivo!! Depois é festa…”. Ivan e Aldir integravam o Movimento Artísticos Universitários (MAU), criado no fim da década de 1960 por compositores universitários que se apresentam nos festivais da TV Tupi, e também comandavam o programa “Som Livre Exportação” (TV Globo), ao lado de Gonzaguinha.
A cantora Leila Pinheiro é admiradora declarada do trabalho de Aldir, tanto que em 1996 gravou o álbum “Catavento e girassol”, somente com músicas da dupla Guinga/Blanc, de grande sucesso à época e, em 2014, voltou a comemorar Aldir com o projeto “Bom de se ouvir, bom de se Aldir”, no show “Nas trilhas do coração — A sensibilidade do letrista e escritor”, em que destacava o romantismo na obra de Aldir. “Ele era um querido amigo, um gênio, um apaixonado pelo Brasil, pelas pessoas, pelo ser humano. Tinha uma formação psiquiátrica, então entendia de tudo do ser humano, das nossas loucuras e sanidades. E tudo isso ele passou para as letras. Ele era um cronista, escritor, letrista, ao lado de parceiros maravilhosos e deixa obras eternas e uma saudade gigantesca na gente. Como Tom Jobim, ele era um apaixonado pelo Brasil e lutava através das letras para que a gente tomasse pé cada vez mais do quanto se precisava lutar, resistir para seguir em frente e batalhar por mais igualdade e justiça social nesse país de loucos. É um dia muito triste”