A Aids Healthcare Foundation (AHF), organização não governamental com sede nos Estados Unidos, muito ativa no Brasil — no Rio, tem parceria com o Grupo Pela Vidda, fundado pela advogada trans Maria Eduarda Aguiar, para desenvolver atividades de prevenção e testagem rápida para o HIV —, criou uma campanha “sincerona”: “Coronavírus tá aí. Que tal fazer sexo virtual?” e “Coronavírus tá aí. Que tal se masturbar?”.
Seguido ao convite, uma explicação: “Não. Não enlouquecemos. Estamos falando sério. Se você transa com muita gente, considere isto fortemente. Pelo menos por um tempo. Por quê?”. Em seguida, a explicação do fácil contágio do coronavírus e sobre os grupos de risco que a ONG atende, os portadores do HIV. “Dá para trepar sem beijo e abraço? Sem contato com saliva e outros fluidos corporais? Sem tocar a boca e os órgãos genitais? Não, né? Então, meu amor, considere a masturbação e o sexo virtual uma forma de prevenção. A recomendação vale para quem chama o boy ou a mina no aplicativo, para quem vai à sauna ou faz pegação, para quem tem aquele contatinho que sempre comparece quando você está na seca. Então, minha gente, vamos trocar a pilha dos brinquedinhos, ajustar a webcam e gozar sem medo do corona”.
A propósito, segundo Maria Eduarda, oito em cada 10 travestis que faziam o circuito Lapa, Glória, Flamengo e Copacabana tiveram que parar pela Covid-19. O Pela Vidda também tem feito atendimento psicológico e social às pessoas trans durante a pandemia.
—