Neste momento em que muita gente anda refazendo rumos, digamos assim, os estilistas procuram saídas sem perder a direção — o que pode não ser fácil nestes tempos de circunstâncias obscuras. Perguntamos à Karina Sterenberg, da multimarcas Ka Store; à Lenny Niemeyer, da Lenny; à Riccy Souza Aranha, da Mixed, e a Thomaz Azulay, da The Paradise, qual a maior encrenca e a alternativa trazidas pelo coronavírus. Veja as respostas:
Karina Sterenberg (multimarcas Ka Store):
— Qual a sua encrenca com o coronavírus?
“Manter a loja de portas fechadas, com todas as coleções de inverno que tinham acabado de chegar. As sacolas continuam sendo enviadas para as casas das clientes, mas tem sido uma tarefa de gincana. O nosso atendimento é superpessoal, e o corpo a corpo sempre foi muito importante no dia a dia da K. Tenho sentido falta disso e as clientes, também”.
— Qual a sua alternativa?
“Muita fé e pensamentos positivos”.
Lenny Niemeyer (Lenny):
— “Minha encrenca foi reaprender a trabalhar em home office, sem contato físico com uma equipe que estou acostumada a ficar muito próxima: no Estilo, Comercial, Modelagem e Produção. Sinto falta da troca diária; ainda estou aprendendo a ver modelos, tecidos, cores, tudo on line. Gosto de “sentir” as peças que criamos ao vivo, o toque do tecido, as cores em cada base.
A alternativa sobre vendas é investir no digital. Não tem outra maneira — com campanhas online e e-commerce, que já tínhamos investido e nos preparado antes desta crise.
— “A alternativa foi colocarmos código para as vendedoras das 20 lojas físicas poderem participar das vendas online, o que tem resultado em um crescimento muito grande desde que começou a pandemia. Não podemos desanimar e temos a responsabilidade de cuidar de toda a equipe”.
Riccy Souza Aranha (Mixed):
— “Minha encrenca seria a tristeza de ter um corte na equipe; quero ajustar tudo para não precisar demitir. Quero deixar minha equipe feliz e inteira, mantendo unidos o baixo e o alto escalão. Fico ansiosa porque nossas coleções estão todas feitas… e esta quantidade de lojas fechadas! Estamos tentando adequar os novos momentos para a coleção de verão. Minha sócia, Nossa Senhora de Guadalupe, é poderosa – ela vai assoprar as adequações necessárias”.
— “A alternativa é procurar contornar tudo, fazer várias ações, levar um sentido da moda a tudo que a gente faz, algo a mais em cada peça”.
Thomaz Azulay (The Paradise):
— “Enquanto estilista, minha encrenca é a dificuldade de criar neste momento — o que, pra quem, pra usar onde? rsrsrs”.
— “Minha alternativa é usar este vácuo de tempo pra organizar as ideias, os arquivos! Enquanto empreendedor, minha encrenca é manter a empresa viva, com meu único ponto de vendas fechado; a segunda alternativa é vender máscaras!”.