O carioca Daniel Belmonte, cineasta e roteirista dos programas “Zorra” e “A Gente Riu Assim”, da Rede Globo, lança, 100% online, seu primeiro romance, “Laura é um nome falso para alguém que eu amei de verdade”, pela editora Patuá, que não adiou nem cancelou seus lançamentos. “Acredito que, neste momento de distanciamento social, a gente está tendo muitas informações tristes diariamente, notícias que nos massacram, ainda mais com esta turbulência política maluca em que não sabemos em quem confiar. Nosso escapismo são os momentos de cultura — o cinema, a literatura, assistir a seriados… Se vale a pena a gente ler, vale a pena ser lido”, diz Belmonte, que planeja uma sessão de autógrafos virtual numa live, em alguns dias.
O livro é formado de pequenos fragmentos, cada um com o título de um lugar diferente que revela o mapa de um relacionamento — diálogos, músicas, filmes, livros, poemas. “Me vejo frequentemente nostálgico nos (milhares) grupos de WhatsApp, conversando sobre os hábitos dos quais já sinto falta. Um livro sobre paixão, na verdade, se tornou um livro sobre saudades — não só de um amor, mas também dos lugares que a gente costuma frequentar, como o Baixo Gávea, o Estação Ipanema. Tenho saudades de aglomerar numa sala de cinema, em avião (sim, até das turbulências sinto falta, ou de disputar encosto de braço), a mureta da Urca (o pôr do sol refrescado por um litrão de cerveja), ônibus (a janela como uma tela de cinema no Aterro do Flamengo), o Alfa Bar (bares, botecos e botequins, no geral, mesas lotadas de pessoas e tulipas de chope)… Essa nostalgia não é triste, mas é o que nos movimenta pra frente”.