Diante de nota publicada aqui, sobre a morte do gari Manoel Helton Gonçalves Coelho, de 62 anos, com suspeita de Covid-19, a Comlurb entrou em contato com a coluna, nesta sexta (03/04), para esclarecer alguns pontos e pedir o direito de resposta sobre a falta de EPIs para seus funcionários.
“Não procedem as informações divulgadas pela Associação Círculo Laranja (que reúne parte dos servidores da Comlurb), de que não há sabão e nem álcool em gel para os garis. O senhor Manoel estava afastado desde o dia 26 de março, por pertencer ao grupo de risco. No relatório médico do gari, consta atendimento no dia 31, com sintoma de síndrome gripal, sendo medicado e liberado para tratamento domiciliar, onde acabou morrendo. Ao tomar conhecimento, o Serviço Social da Comlurb acionou a vigilância epidemiológica do Município, que enviou uma equipe à residência para poder declarar o óbito e colher material para análise. O resultado do exame ainda não saiu. O Sindicato dos Empregados de Empresas de Asseio e Conservação do Rio custeou o funeral, e o corpo foi cremado. A Comlurb vai reembolsar o valor pago pela família”, diz o comunicado da empresa, avisando que está tomando várias medidas para proteger seus funcionários.
“Os garis estão usando EPI completo, principalmente as luvas. Os que trabalham em hospitais ainda usam máscaras, avental e óculos de proteção. Temos passado informações oficiais de cuidados e proteção por meio de aplicativos, comunicados internos, e-mail e redes sociais. Todas as gerências estão com o estoque regularizado de água, sabão, produtos de limpeza e de higiene, além recipiente com álcool gel para a categoria. Idosos a partir de 60 anos, independentemente da condição de saúde, foram dispensados, além de hipertensos, diabéticos etc., bem como qualquer um que demonstre sintomas de gripe. A limpeza das gerências, caminhões, vans, equipamentos e tudo mais está sendo redobrada de forma ostensiva e com os produtos adequados. Além disso, a Companhia montou escalonamento de horário de chegada e saída nas gerências, para evitar aglomeração; reduziu para seis horas corridas a jornada de trabalho de todos os garis, além de instalar regime de escala em dias alternados, dependendo da área em que o empregado atue e a demanda do local onde trabalha”.
Até o dia 23 de março, ao ser perguntado a um gari, no Leblon, por que estava sem máscara e sem luvas, ele respondeu: “Luvas, só temos essas, temos de lavar e reutilizar; máscaras não recebemos.”