Está praticamente uma novela o fechamento ou não dos shoppings centers cariocas. A recomendação da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) é que, a partir desta quarta (18/03), os shoppings funcionem das 12h às 20h. E já declarou que tal medida atende a solicitação dos lojistas e está alinhada com a recomendação do Poder Público para reduzir a circulação de pessoas sem paralisar totalmente as atividades econômicas, em especial os serviços de utilidade pública em funcionamento, como bancos, farmácias, laboratórios e supermercados. Uma maioria de lojistas não concorda com isso:
Karina Vasilcovsky, dona das lojas Tutto per la Casa, instalada em seis shoppings do Rio. “Contratualmente, corro risco de multa, mas minhas lojas já estão fechadas desde ontem, terça (17/03). Prefiro assim a ter que expor meus funcionários e clientes, mas sei de vários lojistas que têm medo de fechar. Escolas e museus fecham, mas os shoppings ficam abertos? Prezam mais o consumo do que a educação e a cultura?”, pergunta.
Lenny Niemeyer, dona das lojas homônimas, tanto em ruas quanto em shoppings: “Fiquei dividida, mas, depois de muitos debates, decidimos fechar. Acho que foi o mais acertado, em respeito aos clientes, funcionários, colaboradores e em nome da coletividade. Que Deus nos proteja!” É hora de união.”
Lui Mendes, dono da Tflow, no Shopping da Gávea. “Só estou aberto porque é exigência do shopping, mas me deixa desgostoso; acho que temos de pensar nas pessoas. Acho que deveria fechar, mas temos de seguir as leis. Penso muito nos meus clientes e funcionários. Não podemos ficar só em nós mesmos. A hora é de pensar no próximo.”
Luiz Mairovitch, dono da In Use Informática, no shopping da Gávea: “Não recomendo fechar. Depende das necessidades e das atividades de cada um; todo mundo está trabalhando em casa, e precisa dos meus produtos, como cartucho de impressora. Meus funcionários vivem de comissão e precisam sobreviver — são jovens. Eles não ficam perto do cliente. Estamos preparados.”