Um poema de Jorge Salomão, que morreu no último dia 7, foi reproduzido num muro de Santa Teresa, bairro onde o poeta baiano viveu boa parte de sua vida. O gesto partiu do seu filho único, o artista visual João Salomão, e a direção da Casa da Nise, hostel onde ele morava desde o ano passado. O nome é uma referência a Nise da Silveira (1905-1999), médica que revolucionou a psiquiatria no País e que viveu naquele endereço.
Foi esse o último poema de Salomão, escrito durante a internação no Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro, no Humaitá. Em alguns dos versos, ele diz: “Tem horas que nada pareço/ Sem chão ou teto (…) Tem horas que sou possível/Tem horas de escuridão”.