A Vigilância Sanitária do Rio publicou em suas redes sociais, nesta terça (31/03), sobre o uso de máscaras e luvas pela população. “Os equipamentos de proteção individual (EPIs) têm um público específico e, se utilizados por todos e de forma indiscriminada, provocam efeito contrário: deixam de proteger e passam a ser um agente facilitador de contaminação. Máscaras e luvas podem funcionar como alojamento de agentes infecciosos e permitir a disseminação da doença, dando ao usuário uma falsa sensação de proteção. Sem contar que o uso indiscriminado pode gerar a falta desses produtos no mercado, impossibilitando o acesso a pacientes e aos profissionais de saúde, que realmente precisam”.
Quanto à afirmação, Margareth Dalcolmo, pesquisadora e pneumologista da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) da Fiocruz, diz: “Claro que a prioridade dos EPIs de melhor qualidade, as máscaras N95 e as cirúrgicas, são para nossos profissionais de saúde, que estão na ponta, atendendo e adoecendo em grande escala. Eu defendo a medida tomada pela Coreia do Sul, desde o início das minhas manifestações, de que todo mundo deveria andar de máscara. Não é verdade que ela não protege e cria uma ilusão. É uma doença transmitida por gotícula, tanto num elevador, num metrô, num transporte coletivo; por isso, ela protege, sim”.
Dalcolmo também diz que uma solução paliativa são as máscaras feitas de tecido, igualmente eficientes. “A Reserva, por exemplo, está fazendo sete mil máscaras de tecido por semana e estamos entregando à Secretaria Municipal da Saúde para que sejam distribuídas aos profissionais e serão usadas como descartáveis. No entanto, eventualmente, servem para qualquer pessoa que vá ao mercado, feira, farmácia, podendo ser lavadas com detergente e reutilizadas nessas circunstâncias”.
A propósito, Luiz Henrique Mandetta, Ministro da Saúde, voltou a falar, em coletiva nesta terça (31/03), sobre o uso das máscaras, tanto para os profissionais da saúde, quanto para o cidadão que precisa sair de casa e circular em ambientes de contágio, como os meios de transportes públicos. Inclusive convocou grandes empresas de moda para ajudarem na produção de máscaras de TNT (acrônimo do tecido não tecido), com elásticos ou com amarrações, citando as empresas Alpargatas e Riachuelo. Esta última, na semana retrasada, doou mais de 10 mil aventais para hospitais do SUS e anunciou mais 10 mil máscaras, 10 mil aventais hospitalares e 10 mil toucas para doação.