A incultura, tão presente na vida atual, estava ausente na galeria Nara Roesler, em Ipanema, nessa quarta (04/03): era a abertura da exposição “Dríades e faunos”, de Cássio Vasconcellos. Trata-se de uma individual do fotógrafo paulista, que já participou de exposições em países, por exemplo, França, Cuba, Itália. Alguns convidados cariocas reconheceram paisagens como a Floresta da Tijuca, a Serra dos Órgãos e o Parque Nacional do Itatiaia, que foram misturadas com figuras humanas de pinturas do século XIX, de mestres, como Jacques Louis David, William Adolphe Bouguereau e Jean-Baptiste Camille Corot. É a primeira vez que o fotógrafo usa imagens de outros artistas para criar.
A curadora Vanda Klabin comenta: “A obra de Cássio Vasconcellos traz uma nova gramática do olhar que levanta ideias sobre o que é real ou construído. Ele utiliza a fotografia e a pintura em simbiose no seu universo investigatório, gera ambiguidades e um fascinante deslocamento da imaginação.”
A mostra é um desdobramento da pesquisa que começou em 2015, com “Viagem pitoresca pelo Brasil”, baseada nas expedições artísticas e científicas no Brasil no século XIX — a expedição Langsdorff, de 1825, por exemplo, trazia, em sua comitiva, o botânico Ludwig Riedel, tetravô de Vasconcellos. Em outras incursões, Cássio viajou com o botânico Ricardo Cardim, seu amigo, que sugeriu o nome “Dríades” (da mitologia grega, divindades que nascem junto a uma árvore) para a série que começou a surgir no ano passado.