O que está acontecendo com a obra social O Sol, instalada no Jardim Botânico desde os anos 70, vem sensibilizando grande parte dos cariocas: a Prefeitura decidiu usar parte do prédio para instalar 50 alunos da Escola Municipal Especial Marly Fróes, que fica na ABBR.
A determinação é que O Sol abra mão de uma parte do imóvel, cujo terreno é do município, mas o prédio foi construído em 1976, com dinheiro particular. “O prédio não está adaptado para receber alunos com necessidades especiais, não tem estrutura, nem banheiros para cadeiras de rodas. São atividades que não são afins. Teria de ser tudo organizado com antecedência. O que vamos fazer com a nossa mercenaria, por exemplo? Estamos numa correria para tentar reorganizar o material de nossas oficinas. Estamos muito tristes! Vai desarrumar a vida de todo mundo, nossa e dos alunos” diz Isaura Antunes Maciel, uma das diretoras de O Sol, que oferece inúmeros cursos artesanais, de pintura a cerâmica, além de várias oficinas.
Procuramos a Prefeitura, e esta é a resposta, na íntegra: “Serão usados apenas 20% do espaço para a Escola Municipal Marly Fróes Peixoto. Esses 20% de área estavam desocupados no início das tratativas. E vamos deixar claro aqui um detalhe: estamos falando de um prédio do próprio município. Ele vai abrigar, só nesses 20% de espaço, a escola municipal que atende crianças portadoras de deficiência. Por que transferir? A transferência da escola é por economicidade e responsabilidade com o dinheiro público. É que a ABBR, dona do prédio que era ocupado pela escola até então, não aceitou acordo para a permanência nos espaços (prédio principal e anexo) e aumentou o preço do aluguel, o que dificultou a continuidade no local.”