Mesmo numa semana que só se pensa em carnaval, muitos cariocas foram à pré-estreia de “Jovens Polacas”, nessa terça (18/02), no Estação NET Gávea. Disputado por cineastas desde sua publicação, em 1992, o livro “Jovens Polacas”, da escritora, professora e historiadora Esther Largman, sobre europeias transformadas em garotas de programa no Rio, no início dos anos 1900, entra em cartaz nos cinemas a partir do dia 27 de fevereiro, sob a direção de Alex Levy-Heller.
“Li o livro aos 13 anos e fiquei encantado com o relato, sobretudo por sua força feminista, já que as polacas se reuniram para construir um cemitério em Inhaúma, onde pudessem ser enterradas com dignidade, uma vez que não podiam frequentar sinagogas por serem prostitutas. Essas judias chegavam ao Rio, vindas de diferentes partes da Europa, e iam parar em prostíbulos, forçadas a servir sexualmente clientes dos homens que as importavam”, diz Levy-Heller, que gravou as cenas na Vila Mimosa, reduto das “horizontalmente acessíveis” na cidade.
Entre as mulheres do elenco, a veterana do humor, Berta Loran, de 93 anos, que interpreta Dona Sarita, testemunha do que se passava com as “polaquinhas” — na vida real, a atriz é polonesa, de ascendência judaica, naturalizada brasileira. Os convidados fizeram até fila para o beija-mão. E, também, Jacqueline Laurence como Mira, personagem que relata a vida e a rotina dessas mulheres ao jornalista Ricardo (Emilio Orciollo Netto). Flávio Migliaccio e Lorena Castanheira também estão no elenco.