Falar de azulejos é o mesmo que contar a história da civilização. Como um livro, o azulejo descreve todas as cenas e etapas da nossa evolução. E, na atualidade, esse antigo material se apresenta nas mais diversas formas e acabamentos, desde o vidro, pedra (encontrado nos primeiros azulejos), até nos materiais sintéticos, como em porcelanato.
O azulejo faz parte da nossa memória afetiva e nos acompanha há muito tempo. Em época de carnaval, alegria e fantasia, o azulejo é uma ótima ideia para provocar efeitos de cor em casa, de forma elegante alegre e criativa.
Abstrato ou não, ele acrescenta uma atmosfera fluida com cor e reflexo através do material vitrificado, sem falar da luminosidade. Ao revestir uma extensão plana em azulejo, a sensação é que esse painel proporciona um espaço fresco, charmoso e alegre. No chão, os coloridos marcam um lugar de forma elegante.
Os desenhos formam verdadeiras obras de arte e, além de introduzir a cor de forma charmosa, adaptam-se a qualquer estilo de arquitetura ou ambientação. Usados em todos os climas e lugares do mundo, o azulejo encontra, nos países tropicais, uma força de adaptação muito maior, por ser fresco, lavável, durável e prático.
Ao usar um painel de azulejo, procure colocar cores para iluminar um espaço. Não existe uma regra para fazer uma composição, e todos os cantinhos são possíveis. Desde o mais sofisticado ao mais simples, o azulejo muda o ambiente, tornando-o leve e luminoso.
Falei com duas pessoas que trabalham e amam os azulejos.
O arquiteto Rodrigo Kalache é integrante do coletivo MUDA, movimento artístico e cultural que produz desenhos e lindíssimas composições através de azulejos recortados. O movimento começou com interferências urbanas mudando o olhar para a cidade. Atualmente, o coletivo faz composições para casas, restaurantes, escritórios etc. “Uma casa com azulejos é uma casa que cria e carrega memórias. O azulejo ajuda a contar histórias, criar relações, lembranças, e tem o seu potencial agregador, protetor e a capacidade de dialogar e comunicar com qualquer um, atingindo cada pessoa de uma forma diferente. Faz parte das memórias afetivas da infância à história do país. O azulejo se faz presente na vida da casa e de seus moradores, e sua durabilidade permite, muitas vezes, que essas relações se perpetuem por gerações e deixam registros eternos. O azulejo tem a capacidade de gerar personalidade e transmiti-la através da arquitetura”.
Vianita Barcelos pinta azulejos, atividade que começou como um hobby, além da paixão pelos portugueses, terra de seus antepassados. Hoje, ela faz composições personalizadas para casas entre Rio e São Paulo. “O azulejo pode ser usado em toda a casa, externa ou internamente, e com diversas utilidades. Ele tanto pode somente revestir como também compor o ambiente através de lindos objetos decorativos, como painéis, mesas, pias. Casa com azulejo é casa que conjuga alma ancestral revigorada e contemporaneidade! É o requinte de uma arte que dá ainda mais vida a um ambiente.”