A figura do bobo, do pierrot são emblemáticas para significar os que transitam entre coragem e perigo, amor e abandono, alegria e tristeza. Mas quando um baiano ‘retado resolver encarnar o personagem com total desapego, o que se tem é um mistura entre show, concerto, monólogo. É o que acontece em “Zeu Britto sem Concerto”, um espetáculo totalmente tropical e absolutamente verão.
Acompanhado por seu inseparável violão e pela multi instrumentista Natália Carrera (guitarra, bandolim, teclado e drum machine), o show conta com canções inéditas de Zéu e homenagens a outros artistas que lhe inspiram: ícones como Caetano Veloso, Tom Zé e Novos Baianos; e a nova geração pulsante como Rubel e A Banda Mais Bonita da Cidade.
Sempre entendi o lado músico como uma assinatura, um impulso autoral que muitas vezes é terapêutico para a caminhada artística, e beber dessa fonte é altamente necessário. Como define Zéu Brito sobre seu próprio trabalho, a proposta transforma o ator em cantor e o ator em cantor.
Em um desfile de canções autorais e em homenagem aos grandes baianos, a abertura com Objeto Não Identificado já é o manifesto do que se verá: algo que não sabemos, que está por aí. É um bailão clássico daqueles que ninguém fica parado, com Zéu , em um figurino de pierrot na segunda parte , comandando nossa alegria, nossa animação. Como todo artista deve fazer.
Serviço:
Teatro PetroRio das Artes, Shopping da Gávea
Quintas, às 21h