Com toda essa crise da água da Cedae, a roteirista Paula Fiuza decidiu abrir o link (antes apenas privado) do quarto episódio do documentário “Pra onde corre o Rio”, intitulado “Rios do Rio de Janeiro — A água que chega nas nossas torneiras”, já mostrado no Canal Curta de 2016 a 2018. “Precisamos mostrar o problema de perto e ajudar a informar e mobilizar a população. O problema da qualidade da água é responsabilidade da Cedae, claro — e dos governantes dos últimos 100 anos. Mas é principalmente responsabilidade nossa. Somos uma sociedade que não se informa nem se mobiliza para exigir o básico: saneamento. A gente aceita a conta estratosférica da Cedae sem cobrar investimento em troca. A gente vive feito um rebanho manso à beira de rios, lagoas e baías podres. É feia a coisa, mas é bom ver também que saneamento básico universal é possível. É o óbvio. E é urgente. Só que, sem pressão da sociedade, não vai rolar”, diz Paula.
A série foi lançada às vésperas das Olimpíadas, para alertar sobre os problemas ambientais de décadas: poluição da Baía de Guanabara, dos rios e lagoas da cidade e de todo o estado, ocupação irregular de áreas de preservação, falta de preservação de áreas de mata, falta de saneamento básico e indústrias poluentes. Contou com a participação do biólogo Mario Moscatelli, colaborador do site, assim como a de vários profissionais envolvidos com o meio ambiente.
O filme de meia hora é esclarecedor e desesperador, para tristeza dos cariocas. E, desde então, constata-se que nada mudou. Sobre a situação atual, Moscatelli volta a dizer: “Três rios podres despejam esgoto junto ao ponto de captação da estação do Guandu. É daqui que vem a água que abastece 2/3 da Região Metropolitana. O odor e o gosto são consequências da ausência de ação do poder público em combater as causas da degradação. Até quando vamos aceitar beber essa pasta de fezes tratada?”
Para assistir ao filme, clique aqui!