Paris está em festa! Começaram, esta semana, os desfiles de alta-costura com as grifes apresentando as suas coleções exclusivas, criadas e fabricadas pelas mãos mágicas de seus respectivos estilistas e equipes, com matérias-primas nobres, estampas, bordados, volumes etc. Os desfiles são um verdadeiro sonho de tanta beleza e criatividade, inspirações diversas e harmoniosas, flores, jardins e um feminismo tratado através da beleza como no desfile Dior. Abaixo algumas fotos dos desfiles que aconteceram ate essa terça (21/01) para vocês conferirem a beleza dos figurinos.
Virginie Viard convidou o público a uma viagem pelo passado de Coco Chanel, destacando a infância no orfanato da Abadia de Aubazine, um desfile autêntico e nostálgico, com cores sóbrias.
Clare Waight Keller abusou das rendas elaboradas, babados tridimensionais, brincos de tassel coloridos, meia-calça de renda, tiaras acolchoadas. Um desfile que chamou atenção em todos os detalhes. Repara a noiva!
Giambattista Valli reproduziu as formas da natureza no desfile com volumes, drapeados de tafetá e transformou rendas em pétalas inacreditáveis. Uma coleção com origem da paisagem da costa amalfitana, mas também nos grandes ícones de estilo das décadas de 60 e 70.
Em sua estreia na alta-costura da Schiaparelli, Daniel Roseberry questionou os estereótipos da feminilidade explorando as dualidades deste universo com cores vibrantes, vestidos extravagantes, volumes gritantes e notas de surrealismo.
Em quase quatro anos de Dior, a italiana Maria Grazia Chiuri levantou a bandeira feminista. “E se as mulheres dominassem o mundo?” — a pergunta surgiu bordada num grande estandarte de seda, ao fundo da passarela. Na coleção, uma série de referências greco-romanas, das sandálias rasas e dos drapeados, aos vestidos de alças e capas. O dourado predominou.
A holandesa Iris Van Herpen chamou sua coleção de “Sensory Seas”, misturando a biologia com a moda, usando detalhes microscópicos do neuro-anatomista Santiago Ramón y Cajal como pontos de referência para a primavera/verão 2020. As roupas criaram uma série de ilusões de ótica. As cores foram inspiradas no mundo ecológico, incluindo pequenos animais oceânicos — em determinados looks, pareciam que as modelos estavam no fundo do mar.
O francês Alexandre Vauthier levou sua sofisticação e sensualidade habituais para a passarela, com fendas e decotes profundos.
Em homenagem aos 10 anos de criações, a Ralph & Russo apresentou uma interpretação jovem e moderna dos ícones da grife, com foco em releituras dos clássicos com toque contemporâneo.
A Azzaro, através de sua equipe criativa, levou uma mulher sofisticada e contemporânea à passarela, com muitas fendas, transparências e a cor da estação: o dourado.
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A coluna faz uma homenagem ao grande estilista francês Jean Paul Gaultier, que encerra um ciclo de 50 anos de moda, fazendo seu último desfile de alta-costura nesta quarta (22/01), no Theatre Chatelet, em Paris, um grande momento de emoção para o mundo da moda. Gaultier sempre foi uma figura incomparável da moda francesa, com seu talento ele balançou os códigos, e ganhou o nome de “l’enfant terrible de la mode”.
Começou em 1970 com Pierre Cardin, passou pelas grifes Jacques Esterel e Jean Patou, voltou a trabalhar para Cardin e, em seguida criou seu próprio caminho com um sucesso enorme. Um dos momentos fortes da sua carreira foi quando criou o sutiã de pontas para a cantora Madonna, que desfilou pra ele em 1995.
Uma linda e brilhante carreira, mais um grande nome que deixa seu legado excepcional para inspirar várias gerações de criadores. Obrigado M. Gaultier.
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Como de costume, durante a semana da alta costura, a Dior convida a conhecer o “reese”, uma espécie de “vale a pena ver de novo” da coleção de outono 2020. Look lindos e acessórios incríveis foram apresentados à imprensa internacional. Priscila Monteiro nos disse que as peças (das fotos acima) estarão nas lojas do Brasil a partir de final de julho. Vários objetos de desejo!
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Para os fãs de moda, está imperdível a exposição “Sculptors of Shape” (em tradução livre, “escultores da forma”), com mais de 80 modelos dos arquivos de Azzedine Alaïa e Cristóbal Balenciaga, traçando um paralelo criado entre os dois estilistas que eram completamente obcecados pela forma e a construção das peças, como “arquitetos”, termo que sempre foi usado para descrever o trabalho dos dois. Numa mise-en-scène quase celestial, são apresentados looks de Balenciaga contracenando com os de Alaïa numa demonstração incrível do corte e da técnica utilizada por eles, abrangendo mais de meio século de moda.
“Azzedine Alaïa collection — Alaïa and Balenciaga, sculptors of form”
Em cartaz até 28 de junho na Association Azzedine Alaïa, 18 rue de la Verrerie, 75004 Paris.
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