Talvez nunca vá existir outro estrangeiro tão amado e apaixonado pelo Rio, tanto pela cidade em si como pelos cariocas, como o cabeleireiro francês Jean Yves Sartre, que morreu, no último dia 8, aos 60 anos, em Montpellier, na França, de complicações pulmonares, depois de tentar tratamento contra um câncer. E era amor recíproco! Jean Yves, que passou anos muito bem instalado numa casa na Rua Redentor, em Ipanema, foi um nome de muito sucesso no Rio, por toda a década de 1990 e boa parte dos anos 2000. Participava da parte glamourosa da cidade!
Não é possível precisar a época exata em que Jean — um gentleman por toda a sua vida — tenha se envolvido mais seriamente com as drogas, o que acabou trazendo grande sofrimento tanto pra ele quanto para aqueles que o amavam — e não eram poucos! “As drogas levaram o Jean a perder todas as suas conquistas. Era meu compadre querido, padrinho da minha filha, Laura, escolhido por ela. Ele teve a oportunidade de voltar para a França, tentando reconstruir a vida, mas ficou doente. Teve câncer na língua, estava debilitado pelo tratamento e morreu de embolia pulmonar”, diz a editora de moda do jornalismo da Globo, Patricia Veiga, que sempre teve uma relação das mais afetuosas com o francês mais carioca do mundo.
Em 2012 trabalhou por pouquíssimo tempo com Arlete Araújo, sua ex-funcionária e amiga, no Maria Carioca, na Visconde de Pirajá! Depois de algumas idas e vindas para a França, em 2013 voltou ao seu país, segundo consta, para tratamento de desintoxicação. Antes passou por uma internação no Instituto Philippe Pinel, em Botafogo, onde viveu dias penosos. Em 2018, fez uma passagem rápida pela cidade carioca, onde trabalhou por um curto período no Care, de Ivani Werneck, a Pimenta; o vício, no entanto, ainda estava muito presente. As drogas, na vida de Jean, tiveram uma ação além do que se consegue falar!