Há certos absurdos acontecendo no Brasil que pertencem a uma seleta categoria: deboche. São tão estarrecedores que a sensação não é de surpresa – é de incredulidade. Em um país com mais de 12 milhões de desempregados, várias pessoas na informalidade e muitos cheios de dívidas que mal conseguem se sustentar, ter determinado salário, seria melhor fazer o fino e nem ficar declarando. No entanto, tem uma turma que parece não olhar pela janela, andar de venda nos olhos!
Curioso que um desses indivíduos é justamente aquele que devia pensar como prioridade essas questões. Não é o papel do governador? Para Witzel, porém, um salário de R$ 20 mil não é suficiente (porque antes ele ganhava R$ 33 mil!). Está insatisfeito e queria voltar até a advogar. Os benefícios não entram na conta, ou a missão não é o mais importante? O governador advogando seria tão absurdo quanto imaginativo. Se, com dedicação integral, digamos assim, a cidade está como está, tão complicada, imagina se ele, o governador, estivesse com dois empregos?
Witzel não é pioneiro. A mulher de Eduardo Bolsonaro já reclamou do salário do marido: meros R$ 33 mil, fora benefícios. Também teve o juiz gaúcho que bradou contra seus R$ 19 mil e sua situação financeira delicada. O influenciador inicial dessa onda de baboseira talvez seja o procurador de Minas, que classificou seus R$ 24 mil como “miserê”. Com todo o respeito, lambam os beiços.