O Festival do Rio terminou nessa quinta (19/12), com a premiação dos concorrentes, no Museu do Amanhã, e com aquela festa que só a turma do cinema sabe fazer. Houve vários momentos de humor, com a apresentação de Fábio Porchat e Evelyn Castro, mas o tema “resistência”, que acompanhou todo o festival, estava mais do que presente.
Regina Casé levou o prêmio de Melhor Atriz por “Três Verões”, de Sandra Kogut, e comentou sobre o retorno à atuação, tanto no cinema, quanto na TV (em “Amor de Mãe”, como a elogiada Lurdes), depois de anos como apresentadora. “Fiquei pensando sobre o motivo dessa migração. E cheguei à conclusão de que a ficção é o único lugar possível para se estar agora. Não tem mais lugar para mim — nem para ninguém — viver de uma maneira razoável, se não na ficção e na dramaturgia”. Acompanhada do marido, Estêvão Ciavatta, e do filho, Roque, que segurou o troféu no palco, ela continuou: “Fiquei muito feliz de ter visto tantos atores, roteiristas e diretores negros no palco e na tela. Há 10 anos, isso não seria possível, e é muito legal ver o Roque representado por vocês todos”.
O ator Fabrício Boliveira ganhou o prêmio Redentor de Melhor Ator por “Breve Miragem do Sol” e citou que o foco da classe para 2020 tem que ser a Ancine. “Nós vamos conseguir reabrir a Ancine. Temos que lutar, apesar de todas as histórias de desmerecimento ao nosso trabalho como artistas. A gente já tá acostumado com isso”.