Foi criada uma vaquinha virtual nesse domingo (27/10), para salvar o The Maze, na favela Tavares Bastos, no Catete. No dia 21, a casa de jazz, um atrativo também pela sua arquitetura, foi interditada por um oficial de justiça depois do processo de uma vizinha. Ela afirma que o peso da construção de oito andares causou rachaduras na sua casa. Bob, um inglês ex-correspondente da BBC que chegou ao Brasil há 40 anos, e sua mulher, Marluce Feitosa da Silva, tiveram que sair do local sem nada e agora estão na casa de um dos filhos, na mesma favela, contando com a ajuda dos vizinhos.
O The Maze, com deques e varandas em formas sinuosas, segundo Bob, “as colunas são as árvores da Mata Atlântica, os arcos assimétricos são as montanhas, as paredes curvadas, as baías, os mosaicos, a flora e a fauna imaginários”, corre o risco de ser demolido, e o dinheiro pedido pelo financiamento coletivo, US$ 25 mil (cerca de R$ 100 mil), vai para o processo de legalização, obras pedidas pela Justiça e ajuda para Bob sobreviver até lá. Até esta segunda (28/10), 54 pessoas contribuíram no total de US$ 4 mil (aproximadamente R$ 16 mil).
“A decisão se voltamos ou não pra casa sai esta segunda (28/10), mas isso pode ser ignorado, como em outras vezes. Supondo que voltemos, vou fazer de tudo para estar em conformidade com seus novos e intermináveis requisitos. Espero que a campanha dê certo e que possamos instalar, reformar, e o que mais eles exigirem. Só quero criar, e não destruir uma vida inteira de história”, diz Bob.
O The Maze foi criado em 1981. Além dos espetáculos, o espaço também oferecia hospedagem e funcionava como bar. O rapper Snoop Dogg e o ator Edward Norton já estiveram por lá. A revista Downbeat o classificou como uma das 150 melhores casas de jazz do mundo e está no guia da Riotur e aparece num dos filmes promocionais das comemorações dos 450 anos do Rio.