Um grande encontro, assim foi a abertura de “Carlos Vergara — Prospectiva”, com 170 trabalhos inéditos do artista plático, e “Zanine 100 anos — Forma e Resistência”, com 18 obras do arquiteto e paisagista José Zanine Caldas (1919-2001), no MAM, nesse sábado (14/09). A primeira tem curadoria do próprio Vergara, em que ele busca sinais do sagrado, incluindo aí um dos maiores trabalhos da sua carreira, produzido no Cais do Valongo, na Zona Portuária, onde desembarcavam os escravos; também nos trilhos do bonde de Santa Teresa e, ainda, durante uma viagem ao sul da França.
Já em Zanine, com curadoria de Tulio Mariante, as artes fazem parte da produção do baiano conhecida como “móvel-denúncia”, em madeira maciça sobre o desmatamento das florestas. “Desde o final da década de 60, Zanine denunciava a devastação do sul da Bahia, onde ele se instalou e começou a aproveitar uma imensa quantidade de aparas desperdiçadas por uma madeireira em Nova Viçosa (BA). Transformou raízes que seriam queimadas em móveis e esculturas”, conta Zanini de Zanine, seu filho, que participou da seleção das peças produzidas entre 1970 e 2000.
E mais: nesta quinta (19/09), às 18h30, na Cinemateca do MAM, vai rolar uma conversa aberta com Vergara e Fernanda Borges, que foi casada com o arquiteto Zanine Caldas, e é mãe de Zanini de Zanine, que também participa. Depois da conversa, sessão do documentário “Arquitetura de Morar” (1974), de Antonio Carlos da Fontoura, com trilha musical de Tom Jobim, sobre três casas projetadas por Zanine Caldas na Joatinga.