A advogada, professora e ativista LGBTQI+ Giowana Cambrone criou o evento “Beijato na Bienal”, um convite para um beijaço neste sábado (07/09), no espaço Arena Sem Filtro, no Riocentro, na Barra, a partir das 19h, em protesto à censura de Marcelo Crivella. “A ideia surgiu hoje mesmo, da continuidade dos atos do prefeito, através de práticas autoritárias e arbitrárias, usando o discurso de apelo emocional, legitimado com a ideia em defesa das crianças de algo que ele considera impróprio. Isso é abuso de autoridade. O ataque de ontem foi exatamente a uma revista de quadrinhos com um beijo gay, dentro de tantas outras parecidas. Isso, por si só, já seria um absurdo; e ainda depois manda recolher, censurar, lacrar e fazer uma operação de caça às bruxas a qualquer publicação LGBTQI+”, diz ela à coluna, que, como advogada, reforça a ilegalidade da “batida” dos fiscais da Secretaria de Ordem Pública da Prefeitura, nesta sexta (06/09), para identificar e lacrar livros considerados “impróprios”, mas nada em desconformidade foi encontrado.
“Ele agiu com autoridade e arbitrariedade, usando discurso de apelo emocional, legitimando a ideia em defesa das crianças de algo que ele considera impróprio. Esse tipo de censura é inimaginável no século XXI, e ele não tem competência pra isso, agindo ilegalmente. O material deveria ser recolhido depois de processo judicial”, afirma.
Ainda segundo Giowana, a comunidade LGBTQI+ está conversando com juristas a fim de providenciar uma ação para que a atitude do prefeito não passe em branco. “Ele dá provas evidentes de seu racismo transfóbico, usando da autoridade como gestor público. Por outro lado, a organização da Bienal entrou com um mandado de segurança preventiva no Tribunal de Justiça do Rio, a fim de garantir a continuidade do evento e o direito dos expositores de comercializar suas obras, sejam elas quais forem”.